Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O chefe do Departamento do Mercosul doMinistério das Relações Exteriores, ministroBruno Bath, afirmou hoje (15) que a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) é um dosprincipais desafios do bloco, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
OBrasil defende mais flexibilidade na definição doscoeficientes de redução tarifária, porque oMercosul é uma união aduaneira. “Isso nos tornavulneráveis a um escrutínio maior. E nossa participaçãona Rodada Doha aumenta o desafio de aperfeiçoar a uniãoaduaneira”, afirmou Bath, em entrevista à Agência Brasil. No próximo dia 21, emGenebra, na Suíça, serão discutidos, durante reunião ministerial informal da OMC, os textos revistos sobreAgricultura e Produtos Não-Agrícolas, dentro da RodadaDoha.O diplomata disse que a criseque abalou o Mercosul em 2001 já foi superada – na época,a recessão na Argentina expandiu-se pela região,afetando o processo de integração do bloco. Entretanto, se o Mercosul não existisse, a situaçãoteria sido bem pior: “O fato de termos esse projetoentre nós facilitou muito diversos aspectos da situaçãoe ajudou a segurar a solidariedade dos países em um momentodifícil.”
Ao participar do Encontro com oMercosul, na sede da Federação das Indústrias doEstado do Rio de Janeiro (Firjan), Bath destacou a necessidade de inserir a sociedade nas discussões dobloco, para que os países membros se integrem de fato. “Oprocesso de integração tem que ser visto como umprocesso da sociedade. Ele tem que ter uma legitimidade muito clara,tem que ter o apoio da sociedade.”
Segundo ele, diferentemente do queocorreu durante o processo de formação da Áreade Livre Comércio das Américas (Alca), em que setoresimportantes se manifestavam abertamente contra a idéia, nãoexiste oposição ao Mercosul. “É uma idéiaque pegou. É um patrimônio político muitoimportante.”