Governo poderá rever projeções de exportações para este ano, diz ministro interino

01/07/2008 - 23h06

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, admitiu hoje (1º), no Rio de Janeiro, que o governo poderá ter que rever para cima a meta de US$ 180 bilhões prevista para as exportações brasileiras em 2008, em razão do resultado obtido nos primeiros seis meses do ano, quando as exportações alcançaram o montante de US$ 90,6 bilhões.“Os números são muitio positivos, uma vez que nós viramos o semestre com mais de US$ 90 bilhões no volume exportado, o que é um resultado excepcional”, afirmou  o ministro interino.Na avaliação de Meziat, com a continuidade desse andamento no volume das exportações, a meta poderá mesmo ser revista. “Diante do que aconteceu em junho, ela [a meta] poderá mesmo ser revista”, disse, sem, no entanto, querer arriscar qualquer previsão.“O fato é que as importações continuam com crescimento bastante sustentada, uma vez que a demanda do mercado interno é grande. Elas continuam sendo basicamente de bens de capitais e produtos intermediários para a indústria – mais de 70% dessas importações se referem a bens de capital, matérias-primas e insumos para a indústria, o que é bastante positivo”, avaliou. Para o ministro interior, a importação hoje funciona como um anteparo ao crescimento da inflação. “Apenas 13% das importações se referem a bens de consumo – produtos prontos. Então, ela funciona hoje para atender a demanda, como um anteparo para conter o crescimento da inflação”.Meziat lembrou o fato de que o sistema de câmbio flutuante adotado pelo país na teoria econômica deveria significar exatamente a recuperação do dólar, o que não vem acontecendo.“Se o sistema é flutuante, o resultado da balança comercial, de alguma forma, deveria estar pressionando o dólar para cima. Porque se você tem um superávit decrescente, qual é a tendência: as importações começam a crescer, vai diminuindo o superávit e com isso cresce a demanda por dólar”.  “Portanto”, raciona, “na teoria econômica isso significaria uma recuperação do dólar. Mas a realidade é que ainda tem muito mais dólar entrando do que saindo. Por isso, talvez ainda não tenha havido essa resposta [a recuperação da moeda americana frente ao real]."Para ele, é necessária uma melhor avaliação da economia brasileira: “As exportações brasileiras triplicaram nos últimos cinco anos, ao mesmo tempo em que a moeda norte-americana caia de US$ 3,99 para US$ 1,60. Porque isto aconteceu? Temos que avaliar a evolução e as transformações econômicas pelas quais passaram a economia brasileira neste período”.