Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O mês de junho registrou o segundo melhorsaldo comercial do ano, com as exportações maiores queas importações em US$ 2,719 bilhões. Perdeuapenas para o saldo de maio, quando terminou a greve dos auditores daReceita Federal do Brasil (RFB) e foram contabilizadas as transaçõesrepresadas em abril. Razão do superávit recorde de US$4,075 bilhões naquele mês, como explicou o secretáriode Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.Eleacredita que o bom desempenho da balança comercial no mêspassado - “bem melhor que de janeiro a abril” - sinalizarecuperação. Segundo Barral, o saldo acumulado noprimeiro semestre deste ano, de US$ 11,37 bilhões, é44,7% menor que os US$ 20,579 bilhões registrados em igualperíodo do ano passado, mas “comparativamente aos mesesanteriores, junho mostrou que as exportações estãoaumentando, tanto que teve a segunda maior média diáriade vendas externas de toda a história”, atrás damédia de maio.No semestre, o Brasil vendeu ao exteriorprodutos equivalentes a US$ 90,645 bilhões, o que representaaumento de 23,8% em relação às exportaçõesde janeiro a junho de 2007. Foi o maior volume de vendas externas detodos os tempos. Em contrapartida, as importaçõessomaram US$ 79,275 bilhões, que foram as mais altasregistradas até agora, com evolução de 50,61% nacomparação semestral, em ritmo mais que dobrado emrelação às exportações.Osecretário ressalvou, no entanto, que tomando-se apenas acomparação entre os meses de junho, deste e do anopassado, “a diferença foi menos acentuada”, em razãode as vendas terem crescido 41,74%, contra compras 70,75% maiores.Diferença alta, ainda, segundo ele, mas comparativamente menorem relação à base semestral, e “acreditamosque o melhor ritmo das vendas deve se manter”.De acordo como secretário de Comércio Exterior, todas as categoriasde produtos registraram valores recordes de vendas para meses dejunho: básicos (US$ 7,586 bilhões), manufaturados (US$8,318 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,19 bilhões).O crescimento mais acentuado (de 80,8%) ficou com os produtosbásicos, em especial petróleo em bruto, minériode ferro, soja e carne de frango. Os maiores compradores foram osEstados Unidos, China, Argentina, Países Baixos, Reino Unido,Japão, Alemanha e Emirados Árabes.Em junhotambém houve aumentos de compras brasileiras em todas ascategorias de produtos, com destaque para combustíveis elubrificantes, que registrou aumento de 123,8% em relaçãoao mesmo mês de 2007, em decorrência principalmente doelevado preço internacional do petróleo. Os bens deconsumo cresceram 52,9% em grande parte devido àinternalização de automóveis da Argentina,Coréia do Sul e México. Os principais mercadosfornecedores foram países do Oriente Mèdio e da África,produtores de petróleo, adubos e fertilizantes.