Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009 (PAP) para a agricultura empresarial, que será anunciado amanhã (2) pelo governo, tem o objetivo de aumentar a participação do Brasil no fornecimento mundial de alimentos. A afirmação é do secretário dePolítica Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães.Em entrevista à Agência Brasil, Guimarães disse que o novo direcionamento do PAP para a safra 2008/2009 se deve à conjuntura mundial nomercado de alimentos.“O plano anterior foi feito num momento em que osetor estava saindo de uma crise. Agora, os preços dos alimentos estãoaltos e o país tem que aproveitar as oportunidades”, afirmou. O secretário explicou queo PAP 2007/2008 visava a retomada da atividade agropecuária, depois que registrou-se uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio, em 2005, de 4,66% em relação ao ano anterior, e, na seqüência, em 2006, um crescimento de 0,45% em relação a 2005. Conforme já foi antecipado pelo ministro da Agricultura,Reinhold Stephanes, o plano oferecerá linhas de crédito no valor de R$65 bilhões. Para aproveitar as oportunidades sem, no entanto, perder ocontrole sobre os preços dos alimentos mais consumidos no mercadointerno, um dos principais objetivos do governo é aumentar os estoquesoficiais de grãos, principalmente de arroz e milho. Há a expectativa de que ogoverno anuncie, em Curitiba, um aumento dos estoques públicos de grãos de 1,5milhão de toneladas para 6 milhões de toneladas, nopróximo ano. Isso representa um aumento de 400% no volume dos estoques.O novo plano prevê também a correção dospreços mínimos pagos ao produtor, principalmente de arroz, feijão,milho e trigo. E vai ampliar a cobertura de seguro, como forma degarantir a renda e o aumento da produção. A meta é ultrapassar os 150milhões de toneladas de grãos colhidos, um aumento de 5% em relação àsafra atual.Segundo Guimarães, outro objetivo do plano é promover a liquidez do produtor, a partir da diminuição dosimpactos dos custos de produção. Nesse sentido, o problema considerado maiscomplexo pelo ministro da Agricultura é o preço dos fertilizantes.Como o aumento da oferta de adubos, que faria os custos baixarem, é algo para médio e longo prazos, amedida imediata a ser tomada pelo governo será a redução das taxascobradas sobre o frete.O PAP 2008/2009 prevê ainda a recuperaçãode áreas degradadas, que, segundo o ministro, possibilitará aumento daprodução sem que a agropecuária precise ocupar novas áreas, algumasvezes avançando sobre a floresta. Com esse intuito, o plano liberará R$1 bilhão em crédito. O plano será lançado amanhã (2), em Curitiba, pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministroReinhold Stephanes. Naquinta-feira (3), será lançado, em Brasília, o plano para a AgriculturaFamiliar, com crédito de R$ 13 bilhões.