Custo do capital tem de baixar, defende José Alencar

01/07/2008 - 16h14

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Alinhado com opensamento de executivos e empresários, o presidente daRepública em exercício, José Alencar, defendeuhoje (1) a desoneração do custo do capital. “Éum entrave que não existe em nenhum país do mundo”,afirmou, na abertura da 40ª Feira Internacional de Calçados,Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes – Francal,em São Paulo.“O custo do capitalno Brasil é proibitivo”, disse ao criticar mais uma vez oaumento da taxa básica de juros Selic para conter a inflação.“Isso tem de mudar”, defendeu. A desvalorizaçãodo real frente ao dólar, de acordo com o presidente emexercício, é conseqüência da alta dos juros.“Nós temos queter taxas compatíveis com o mercado internacional, porque oBrasil é um país de primeiro mundo e não podepagar essas taxas que estão aí”.Alencar alertou que épreciso formar uma barreira para impedir o avanço da onda deremarcação de preços. “A indexaçãoacabou significando força para consolidar a inflaçãono passado, e estamos correndo o risco de, novamente, adotarmos aindexação, e isto não pode porque viriafortalecer a inflação, o que seria um crime contra osaplicadores de renda fixa e pessoas de baixa renda”, afirmou.José Alencardisse que o processo inflacionário é uma temeridadenuma nação de subconsumo. “Nós nãopodemos achatar o consumo de quem não consome, entãoela é inócua [aumento das taxas de juros]”. Para o presidente emexercício não adianta usar a política monetáriacomo um escudo de proteção contra a elevaçãodos preços do barril do petróleo, “porque a taxa podeser a que for que os produtores como a Opep [Organizaçãodos Países Produtores de Petróleo] não vãobaixar os preços, assim como as outras commodities”. Ele observou que asautoridades norte-americanas tem mantido taxas reais negativas, mesmocom a inflação em alta. “Ainda que haja algum riscode inflação, eles têm medo da recessão, eaqui no Brasil nós temos medo da inflação. Masnão vai ser com essa taxa de juros alta que vamos fazer baixaro preço do petróleo e nem das commodities nomercado internacional”.