Brasil não terá de sacrificar crescimento para controlar inflação, diz presidente do BNDES

01/07/2008 - 20h06

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho,disse hoje (1º) que o Brasil tem como responder à pressãodos alimentos sobre a inflação e, por isso, nãoterá que sacrificar o crescimento de sua economia com oobjetivo de manter a inflação sob controle. “O Brasil temuma meta de inflação de 4,5% ao ano, que vai serperseguida de maneira muito firme”, afirmou.Coutinho destacou que outros países,entretanto, terão de abrir mão do crescimento paraconter a disparada de preços provocada pela alta dos produtosagrícolas. Segundo ele, o Brasil poderá responder àcrise de maneira muito afirmativa em termos de oferta agrícolae, com isso, reduzir as pressões inflacionárias sobreo custo dos alimentos, problema que tem ocorrido no mundo inteiro. Para ele, essa é a grande vantagembrasileira: “Uma economia que tem capacidade de respostasafirmativas e positivas para os seus problemas.”Ele ressaltou, porém, que o paísnão pode abrir mão do controle inflacionário esacrificar uma das grandes conquistas do Plano Real, que fez hoje 14anos. “O Plano Real foi um grande avanço, um grande ganho.Ele quebrou uma hiperinflação e a reduziu. Então, não podemos deitar por terra o esforço feito para mantê-la sob controle. Nós aprendemos, a duras penas, como é danosa a inflação, principalmente para as classes de baixa renda. Sacrificar essa conquista é simplesmente  falta  de inteligência.”Sobre as medidas incluídas no Plano Safra, que serão anunciadas nesta semana, Coutinho adiantou que, paralelamente, o BNDES também ampliará financiamentos e dará melhores condições para que as empresas do setor agrícola adquiram implementos e máquinas para melhorar a produtividade no campo.“Embora o financiamento do crédito agrícola não seja uma função especifica do BNDES,  e sim do Banco do Brasil, vamos  ampliar o financiamento e dar melhores condições [de crédito] às empresas para a compra de máquinas e implementos agrícolas – o que será muito importante para melhorar a produtividade da agricultura brasileira que vem crescendo de forma extraordinária e pode crescer ainda mais.”