Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O superintendente daPolícia Federal em Minas, David Salem, disse hoje em Brasília que os deputados federais João Magalhães (PMDB-MG) eAdemir Camilo (PDT-MG), com bases eleitorais na região Leste ena Zona da Mata de Minas Gerais, são investigados na OperaçãoJoão de Barro pelo possível envolvimento na práticade pelo menos três crimes: corrupção passiva,concussão (extorsão cometida por funcionáriopúblico) e tráfico de influência. Salem tambémexplicou porque a PF ainda não pediu prisão preventiva dos parlamentares: “Tem uma razão de ordem técnica. Alei diz que deputado federal só pode ser preso em flagrantede crime inafiançável. E os possíveis delitoscometidos por eles [Magalhães e Camilo] não admitemsituação de flagrância”, esclareceu.A OperaçãoJoão de Barro investiga o superfaturamento de obras em prefeituras de Minas Gerais, parte delas integrantes do Programa deAceleração do Crescimento (PAC). O esquema funcionava,segundo a PF, a partir da destinação para osmunicípios de recursos provenientes de emendas parlamentares oude convênios com instituições bancáriasoficiais - Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional deDesenvolvimento Social (BNDES). Empresários e lobistas se articulavampara vencer as licitações e posteriormente executavam aobra em qualidade inferior à estabelecida no projeto, o queviabilizava a sobra dos recursos a ser desviada. Hoje pela manhã,agentes da PF fizeram ações de busca e apreensãode documentos nos gabinetes dos dois deputados mineiros. "A busca serve para encontramos mais elementos e amanhã podermos, de modo mais firme, levar isso para uma ação penal", explicou Salem. Se a PF pedir, de fato, o indiciamento dos parlamentares, caberá à Procuradoria Geral da República denunciá-los ou não, perante o Supremo Tribunal Federal.Ao todo, aOperação João de Barro deve cumprir 231 mandadosde busca e apreensão e 38 mandados de prisão temporária contra funcionários público, empresários elobistas em sete estados até o fim do dia. A PF jápediu a prisão preventiva também de alguns prefeitos,cujos nomes são mantidos em sigilo, e aguarda que o TribunalRegional Federal da 1ª Região, sediado em Brasília, se pronuncie a respeito.