Parentes de jovens do Morro da Providência assassinados pedem proteção a Vannuchi

20/06/2008 - 20h01

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O medo de sofrerem represálias por parte dos militares do Exército que fazem a segurança em um projeto social levou parentes de dois dos três jovens do Morro da Providência assassinados por traficantes a pedirem proteção ao ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi. Ele seencontrou na tarde de hoje (20) no alto do morro com moradores e parentes dostrês rapazes mortos.“A primeira providência será cuidar de programas de proteçãoa duas mães que solicitaram, porque têm seus parentes ou filhos ameaçados demorte”, disse Vannuchi.O programa de proteção obriga a mudança de endereço,inclusive para outros estados. O defensor público da União AndréOrdacgy, que participou da reunião, ponderou que o melhor é esperar o desenrolar dos acontecimentos, pois, segundo ele, ao ingressarno programa as famílias terão suas vidas completamente mudadas, perdendocontatos de toda ordem e amigos.“Não pode ser uma decisão irrefletida. Tem que amadurecer,pois já existe determinação legal limitando a ação do Exército à parte baixa domorro. O único caso em que se aconselha a entrada no programa é se há risco imediato”, disse o defensor.Vannuchi esteve no Morro da Providência acompanhado do presidentenacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, da procuradorafederal dos Direitos do Cidadão, Gilda Pereira de Carvalho, e do ouvidornacional dos Direitos Humanos, Fermino Fechio. Mais cedo, eles se reuniram commilitares do Comando Militar do Leste (CML) e com os policiais responsáveis pelo caso.A Secretaria especial dos Direitos Humanos criou uma comissão especial para acompanhar asinvestigações.