Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (20) a Operação João de Barro para cumprir231 mandados de busca e apreensão e 38 mandados de prisãotemporária nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás,Tocantins, Riode Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. Participam da operação cerca de mil policiais federais.
Segundo nota divulgada pela PF, uma auditoria do Tribunal de Contas daUnião (TCU) realizada em 29 municípios do leste mineiroencontrou indícios de fraude na execução deobras. A auditoria foi feita a partir de denúncias veiculadasna imprensa e, logo após, a investigaçãopolicial desarticulou um esquema criminoso de desvio de verbasdestinadas à construção de casas populares eestações de tratamento de esgoto.
De acordo com a PF, a quadrilha desviava recursosrepassados pela União aos estados, Distrito Federal e municípios em convênios ou empréstimos cedidospela Caixa Econômica Federal e BNDES nas chamadas transferências voluntárias da União. Grande parte dessastransferências se destina a custear obras que fazem partedo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os projetos já receberam R$ 700milhões para sua execução e outros R$ 2 bilhões poderiam ter o mesmo destino. Porconta do crime, sobrava menos dinheiro para a realizaçãodas obras, que não apresentaram padrão de qualidade de acordocom o previsto. Algumas casas, inclusive, estavam com metrageminferior à determinada no projeto original, informa a nota da PF.
Os mandados de prisão foramexpedidos pelo juiz Hermes Gomes, da 2ª Vara de GovernadorValadares (MG) e os de busca e apreensão, pelo Supremo TribunalFederal (STF). Segundo a assessoria de comunicação da PolíciaFederal, ainda não há balanço sobre a OperaçãoJoão de Barro. Mais detalhes dobre a ação da PF devem ser apresenados durante entrevista coletiva, às 15h, em Brasília.