Fecomercio-SP aponta queda no endividamento de consumidores

20/06/2008 - 17h39

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Pesquisas realizadas mensalmente pela Federação do Comérciodo Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) apontam que, desde novembro de 2006, onúmero de consumidores paulistanos endividados cai dia após dia. A tendência, no entanto, não é verificada no número de consumidores inadimplentes.Segundo a assessora econômica da Fecomercio, Kelly Carvalho,na última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic),divulgada ontem (19), 49 de cada 100 consumidores consultados tinham algumadívida em seu nome: carnês de crediário a pagar, empréstimos pessoais a quitar ou ainda parcelamentos da fatura do cartão de crédito em aberto. O número é bem inferior ao verificado no final de 2006, quando70 de cada 100 informavam estar endividados. No entanto, apesar dessa queda, a quantidade de consumidoresque dizem ter alguma conta em atraso permaneceu praticamente a mesma. Enquantoem novembro de 2006, 34 de cada 100 consultados afirmavam estar inadimplentes,neste mês, 33 dizem estar nesta condição.“A queda no nível de desemprego e o aumento na renda dotrabalhador contribuíram para a redução do endividamento. Mais pessoasconseguem pagar suas contas à vista”, explicou a economista. “Apesar disso, continuamos com um percentual de inadimplentesconsiderável, o que pode causar problemas em longo prazo.”Para Kelly Carvalho, há o risco da renda da população de baixa renda estar cada vez mais comprometida com o aumento no preços dos alimentos, o que pode refletir no endividamento. “A qualquer oscilaçãono nível de emprego ou desaceleração da economia, a parcela que cabe no bolsodesse consumidor [de baixa renda] pode não caber mais”, observou.Segundo a última pesquisa da Fecomercio, consumidorescom renda mensal de até três salários mínimos (R$ 1.245) são mais da metade dosendividados. Além disso, concluiu-se que o descontrole financeiro é o principal motivo dainadimplênci e que as despesas com alimentos foram as que afetaram as dívidas dosconsumidores.Ainda de acordo com o levantamento, as mulheres são maioria entre os endividados e o cartão de crédito a dívida mais comum.