Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Embrapa) negocia com a Federação das Indústrias doEstado de São Paulo (Fiesp) a criação de uma companhia mista voltada à pesquisade etanol produzido a partir da celulose. De acordo com o chefe da Secretariade Gestão e Estratégia da Embrapa, Evandro Mantovani, a nova empresa seráconstituída de capital público e privado e terá como o objetivo manter oBrasil na vanguarda mundial da produção do álcool combustível.“Na primeira geração debiocombustíveis, o Brasil é imbatível,” afirmou Mantovani, em entrevista àAgência Brasil. “A segunda geração está sendo muito estudada no exterior. Se opaís não investir, poderemos ficar para trás.”A nova companhia será uma Empresade Propósito Específico (EPE), estruturada nos moldes da Lei da Inovação (n°10.973/2004). Ela terá 49% dos seus recursos oriundos da Embrapa e o restanteadvindo de investimentos privados de empresas do setor sucroalcooleirodispostas e selecionadas para compor a sociedade.“Ficaríamos [as empresasprivadas] com 51% do capital e captaríamos recursos necessários para a produçãode álcool de celulose”, afirmou o vice-presidente do Conselho Superior deAgronegócio da Fiesp, Benedito da Silva Ferreira, durante palestra nasede da Federação. Ferreira é o responsável pela prospecção de possíveis sóciosdo novo negócio.Segundo Mantovani, as conversasentre Fiesp e Embrapa já duram cerca de um ano. Ele disse que as negociaçõesdevem surtir resultado ainda em 2008. “Nós temos pressa. Tempo em pesquisa édinheiro”, disse. “Estamos trabalhando para começar com as atividades daempresa ainda neste ano.”“Algumas empresas já toparam,”complementou o chefe da estatal. “Precisamos saber o quanto elas pretendeminvestir.”Mantovani disse que não há como prever o tempo que anova empresa levará para desenvolver nova tecnologia de produção de etanol. Eleafirmou, contudo, que a união da estrutura estatal com a flexibilidade docapital privado tende a agilizar a obtenção de resultados. “A produção deetanol de segunda geração deve levar entre cinco e dez anos. Agora, com a junção detecnologias, podemos pensar em metas mais arrojadas.”