Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador de Controle da Segurança Privada da Polícia Federal, delegado Adelar Anderle, defende a transformação dos vigilantes de rua, que hoje atuam de forma irregular nas cidades brasileiras, em guardas comunitários vinculados a empresas legalmente constituídas. Em entrevista à Agência Brasil, o delegado informou que há projetos de lei que prevêem essa mudança em tramitação Congresso Nacional.“Iríamos regular essa guarda comunitária, colocando empresas para trabalhar em determinadas áreas urbanas, nas vias públicas, em comum acordo com as polícias militares, que são as responsáveis pelo policiamento preventivo e ostensivo nas vias públicas”, afirmou Anderle.O objetivo, segundo o delegado, é evitar que os vigilantes de rua se organizem em milícias. Apesar dos dois tipos de segurança privada clandestina cobrarem taxas de moradores, as milícias que atuam no Rio de Janeiro se diferenciam por serem consideradas organizações criminosas pelas autoridades estaduais.As milícias, em sua maioria fortemente armadas e formadas por policiais e ex-policiais, hoje dominam dezenas de favelas e ruas de bairros do Rio. Além de cobrar taxas de moradores e comerciantes, tais grupos são investigados por envolvimento em outros crimes, como a exploração de TV a cabo clandestina e de jogos ilegais, homicídios e agressões. “Queremos exatamente controlar essa vigilância comunitária, para que não se vire milícia de segurança privada. E nós não temos ainda milícias de segurança privada no Brasil. Temos, no Rio de Janeiro, milícias de policiais”, disse Anderle.