Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Onovo presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Flávio Roberto Azevedo, disse hoje (3) que os programas empreendidos pelogoverno federal, como o Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), embora tenham efeitos positivos, podem serinsuficientes para assegurar um processo de crescimento sustentávelno país.
Azevedo, que tomou posse hoje,durante o 1º Encontro Nacional da Siderurgia, promovido peloIBS, sugeriu a adoção de medidas sistêmicas, demaior profundidade, aproveitando a conjuntura econômicafavorável. Ele destacou, entre elas as reformas estruturais,principalmente a tributária e a trabalhista.“Sãoreformas complexas e de difícil aceitação eimplementação, mas que devem ser enfrentadas deimediato”, afirmou.
Segundo ele, medidas como maiorrigidez da política fiscal, para induzir à reduçãoda taxa de juros, também podem contribuir para reforçaro crescimento e melhorar o clima para investimentos no país.Além disso, a melhor definição do papel dasagências reguladoras dará maior atratividade e segurançaa investimentos em setores críticos da infra-estruturabrasileira.
Azevedo destacou o compromisso dosetor siderúrgico em atender o crescente aumento da demandainterna doméstica, sem esquecer as exportações.A siderurgia nacional exporta atualmente 40% de sua produçãoe deve aumentar essa posição nos próximos anos.Ele defendeu o aprofundamento de parcerias com as empresas da cadeiaprodutiva e pediu empenho do governo para “reduzir ou eliminar osgargalos e ineficiências que limitam a competitividade dosistema e sua maior inserção no mercado internacional”.
Para ele, as usinas estãofazendo sua parte, buscando aumentar a competitividade. Segundo ele,os investimentos para elevar a capacidade de produçãodos atuais 41 milhões de toneladas para 56,3 milhões detoneladas de aço bruto deverão alcançar cerca deUS$ 27,1 bilhões até 2013. Com a conclusãodesses investimentos, avaliou, o Brasil ficará em posiçãode destaque na nova configuração da siderurgia mundial.A realização dos projetos em curso e o desenvolvimentode outros ainda em estudo, deverá elevar a capacidadeinstalada de produção de aço no país para83,3 milhões de toneladas entre 2015 e 2016.
Flávio Azevedo informou quemais de 80% da demanda de aço no país estãoconcentrados nos setores de petróleo, indústria naval,construção civil, automobilístico e de bens decapital.