Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil começou a se tornar este ano um canteiro de obras, afirmou hoje (3) o ministro das Cidades, Márcio Fortes, ao participar do 1º Encontro Nacional da Siderurgia, promovido pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), nesta capital. “Passado o período inicial de seleção, análise, contratação pela Caixa e licitações pelas prefeituras e estados, é hora do início de obras”, destacou o ministro, referindo-se ao Programa de Acelaração do Crescimento (PAC).Nesse sentido, o ministro chamou a atenção para dois fatores fundamentais, para a continuidade desse processo: a capacitação de mão-de-obra e a questão dos insumos, “porque as obras necessitam de cimento e, no caso do aço, de vergalhões”. A prova desse aquecimento, segundo ele, é que a siderurgia tem diminuído as exportações.
“Muitos pensam que é só por causa da indústria automobilística. Mas é por causa do aquecimento de parte da construção civil, que afeta o meu ministério, além da parte de bens de capital”, disse. Para que as obras tenham continuidade, Fortes indicou que o aço tem de ser objeto de cuidado quanto à questão da disponibilidade do insumo.
Ele acredita que o PAC “vai esquentar” mais ainda este ano a construção civil, com todas as obras entrando em funcionamento. “O PAC é prioritário em todo o país. O PAC não existiria se os governadores e prefeitos não trouxessem projetos”, disse.
Segundo avaliou o ministro, não há perspectiva de que os projetos cheguem mais caros no PAC em razão da alta de preços de insumos no mercado internacional, como o aço, por exemplo, porque a Caixa, que financia os projetos, segundo o ministro, trabalha com o sistema de média de preços “e é muito rigorosa com isso”.
O orçamento para habitação até 2010 totaliza R$ 106,2 bilhões, dos quais R$ 55,9 bilhões se destinam à habitação de interesse social e R$ 50,3 bilhões para habitação com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), isto é, da caderneta de poupança. Para o tomador público serão destinados R$ 14,2 bilhões no período 2007 a 2010, sendo R$ 4 bilhões para financiamento para moradia.
Márcio Fortes disse ainda que até o final deste ano deverá entrar em funcionamento o fundo de investimento do trabalhador, que utilizará recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para aplicação em projetos de infra-estrutura em geral, com destaque para as áreas de saneamento e transportes. A Caixa será a gestora desse fundo. O novo produto está na fase de análise de projetos. Tão logo haja uma definição, o instrumento entrará em operacionalização, informou Fortes.