Ipea prepara banco de dados sobre Amazônia Legal para subsidiar políticas para a região

03/06/2008 - 19h59

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um em cada quatro grãosconsumidos ou exportados pelo Brasil é produzido na AmazôniaLegal, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A região que, na década de 1970,concentrava 7% da produção de grãos, chegou a24,5% em 2006. Se considerada toda a produçãoagropecuária, a Amazônia é responsável por21% do total brasileiro, além de abrigar 36% do rebanho debovinos do país.

Osnúmeros, apresentados hoje (3) pelo presidente do Ipea, MarcioPochmann, farão parte de um banco de dados com informaçõessobre a Amazônia Legal para subsidiar políticas públicaspara região, a pedido do ministro de Assuntos Estratégicos,Roberto Mangabeira Unger, coordenador do Plano AmazôniaSustentável. A previsão é que o banco de dados seja concluído e colocado à disposição, para consulta, no segundo semestre deste ano.

“Oobjetivo é dar apoio à proposição dealternativas de desenvolvimento paras a região. Formamos umgrupo técnico, para coordenar informações e fazera gestão pública do conhecimento sobre a Amazônia”,apontou Pochmann, após participar de audiência públicana Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.

Alémde reunir informações fundiárias e indicadores deexpansão econômica e populacional, o levantamento do Ipea poderásubsidiar, segundo Pochmann, a formulação de novasestratégias de medição de desenvolvimento humanona Amazônia Legal, com a construção de novosindicadores, a partir de critérios adaptados àrealidade socioeconômica dos estados da região.

Pochmanndefendeu um “novo regionalismo”, que leve em conta asespecificidades dos nove estados da Amazônia Legal que, alémda região Norte, inclui parte do Maranhão e MatoGrosso.

Odiretor-geral da Fundação France Libertés, Andréde Almeida, também defendeu indicadores diferenciados para aAmazônia, que não apenas repliquem os padrõesutilizados em outras regiões do país. “Osindicadores sociais não podem ter parâmetros apenasmonetários. É preciso ter uma visão qualitativado crescimento”, argumentou durante a audiência pública.