Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Empresas criadas em nome de laranjas, que praticam preços abaixo dos de mercado, não recolhem impostos, ficam em dívida com seus funcionários e fecham as portas para depois reabrir com outro nome e funcionar da mesma forma – são as chamadas empresas de fachada do ramo da segurança privada. Segundo o coordenador de Controle da Segurança Privada da Polícia Federal (PF), delegado Adelar Anderle, essa não é uma ocorrência rara e prejudica o mercado da vigilância privada. Anderle disse que trata-se de um dos principais problemas com que a Polícia Federal tem que lidar no que se refere ao controle do setor. “Essa é uma prática que está acontecendo no Brasil e que nós temos que combater”, afirmou o delegado. Mais grave que a existência das empresas de fachada é o problema das empresas clandestinas, que atuam oferecendo segurança ilegalmente, à margem de qualquer controle governamental, disse Anderle. “Temos uma quantidade muito grande de empresas clandestinas no Brasil, que não se homologam na Polícia Federal. E, agindo na clandestinidade, é óbvio que elas não recolhem impostos para o governo, não assinam carteira de trabalho para seus funcionários. Fica tudo na informalidade. E, assim, podem oferecer no mercado preços mais baixos.”A idéia, segundo o delegado, é que tanto os responsáveis por essas firmas quanto aqueles que as contratam sejam punidos criminalmente. Para o presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), Jerfferson Simões, a concorrência desse tipo de empresa torna-se predatória para as firmas “sérias”. “As empresas, em um pregão, em uma licitação, acabam fazendo preços só para ganhar [a concorrência]”, afirmou.