Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A partir do próximoano, o Brasil terá um instrumento que pode agilizar as relaçõesde comércio com sete dos principais centros importadores deprodutos agrícolas brasileiros. Medida provisóriaassinada pelo presidente Luiz Inácio Lulada Silva na semana passada criou a função de adidoagrícola, para atuar em missões diplomáticas noexterior.China, África doSul, Argentina, Estados Unidos, Japão, Rússia, e União Européia terão um adido agrícolabrasileiro, responsável por levar informaçõesmais qualificadas em negociações bilaterais,principalmente sobre temas sanitários e fitossanitários.No início do ano, a carne bovina brasileira foi embargada pelaUnião Européia e, desde então, inúmerasmissões, de vários continentes, têm vindo ao paíspara comprovar a segurança sanitária do rebanhobrasileiro. Além dessescentros, um adido agrícola brasileiro também estarápresente na Suíça, onde se encontra a sede daOrganização Mundial do Comércio (OMC) e deoutros organismos internacionais. O secretário de RelaçõesInternacionais do Agronegócio da Ministério da Agricultura, Célio Porto, disse àAgência Brasil queessa era uma reivindicação antiga, porque o paísnão tem representação especializada no exterior.Segundo ele, a idéia é ajudar a consolidar as relaçõescomerciais que já existem e abrir, com mais agilidade, novosmercados para o agronegócio nacional. “Sempre que o paístem algum problema, como o Brasil teve em 2005 com a [febre] aftosa,vários países fecham o mercado imediatamente, mas aabertura é um processo negocial muito demorado. Tem que termuita persistência e presença. Quando é um paísmuito distante, como na Ásia, fica difícil ter umapresença mais permanente, e, tendo alguém especializadona área, que possa traduzir para a autoridade local osprocedimentos, as medidas e tudo que o Brasil fez para resolver oproblema, ajuda a acelerar o processo de reabertura”, destacou.O especialista naárea agrícola será selecionado em processointerno do Ministério da Agricultura e passarápor curso de formação específica para cada umadas missões. Cada missão terá duraçãode dois anos, podendo ser prorrogada por igual período.A Secretaria de RelaçõesInternacionais do Agronegócio realizaráperiodicamente avaliação do desempenho de cada adidoagrícola.Apesarde a medida provisória que cria a função deadido agrícola já estar em vigor, o ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, disse que, devido ao processo deseleção e treinamento, esses representantes brasileirosdevem começar a atuar somente a partir do próximo ano.