No Brasil, 66 mil pacientes aguardam doação de órgãos

01/06/2008 - 18h05

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil tem hoje uma lista de espera de 66mil pacientes que precisam de algum tipo de transplante e apenas 15mil operações desse tipo são feitas anualmente. A informação é do coordenador nacional do Sistema de Transplantes do Ministério da Saúde,Abrahão Salomão Filho.Segundo ele, o Brasil é o terceiro país domundo melhor preparado para fazer transplantes, depois dos EstadosUnidos e da China. A dificuldade maior para a obtenção de doações éque a decisão precisa ser tomada individualmente pelos brasileiros.Para o médico, embora tenha registrado pequeno crescimento nos últimos anos, as doaçõesainda estão abaixo do ideal.Há uma lista nacional com a demanda por doaçõese os estados têm centrais para recebimento de órgãos. Se um estado, no entanto,não tiver hospitais aparelhados para utilizar um determinado órgão, eleé encaminhado a uma central nacional, que funciona no Aeroporto deBrasília, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ocredenciamento de hospitais para a realização de transplantes passa porexigências rigorosas do Ministério da Saúde, que dá prioridade nalista nacional aos hospitais públicos."A legislação em torno do assunto é muitorigorosa, a equipe tem que estar muito preparada, com médicosqualificados e dotados de equipamentos de qualidade", disse ocoordenador. Os hospitais têm interesse em trabalhar com transplantes,inclusive porque as remunerações nessa área, feitas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), sãorazoavelmente compensadoras, segundo Salomão. Ele reconhece quehospitais como o Albert Einstein, em São Paulo, são destaque nacionalna técnica dos transplantes. Para o médico, o  número de doadores no Brasil é mais crítico doque se pensa, se for levado em conta que, naestatística de transplantes anuais, são misturados casos que envolvem a vida do paciente e cirurgias reparadoras comoo transplante de córnea, de rim ou fígado, que podem ser feitos com doação de pessoas vivas.Os doadores em geral são vítimas deacidentes, que podem oferecer órgãos, tecidos, a medula óssea e osangue. O Ministério da Saúde pede que os candidatos a doadores  avisem à famíliaque, em caso de morte, concordem com a doação. Salom]ão lembrou que, no Brasil, a doação só ocorre com  a permissão dos familiares.Campanha do ministério alerta que "se você tem um doador na família, respeite avontade dele. A importância da divulgação e conhecimento da intençãodas pessoas por parte de seus familiares em relação à doação de órgãosé fundamental no momento da autorização de uma doação".