Fazendeiro acusado de mandar matar Dorothy Stang é absolvido em novo julgamento

06/05/2008 - 21h06

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Por cinco votos a dois,o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi absolvido hoje (6) daacusação de mandante da morte da missionáriaamericana Dorothy Stang, em novo julgamento na 2ª Vara do Juride Belém (PA). O advogado Eduardo Imbiriba, que defendeu ofazendeiro, pediu a absolvição de Bida, sustentando atese de negativa de mando do crime. O promotor Edson Souza, queatuou na acusação, informou que entrará com umrecurso pedindo um novo julgamento no prazo legal de cinco dias. Eleadiantou que vai fundamentar a sua apelação com base nofato de que o resultado do julgamento foi contrária àsprovas dos autos, que apontavam Bida como mandante do crime. EdsonSouza disse que a apelação será apreciada poruma câmara de desembargadores do Tribunal de Justiça doPará, e a decisão sobre se haverá um novojulgamento só deverá ser anunciada no fim do ano. Ojuri que absolveu Bida era formado por seis homens e uma mulher. Elesacataram a tese da defesa de negativa de autoria de mando do crime.Os jurados, no entanto, mantiveram a condenação deRayfran das Neves, apontado como o executor do assassinato, que noprimeiro julgamento foi condenado a 27 anos de prisão, e agorateve a pena aumentada para 28 anos. No primeiro julgamento,Valdomiro Bastos havia sido condenado a 30 anos de prisão.Hoje ao ser anunciada a absolvição, o fazendeiro foiimediatamente colocado em liberdade. A missionária DorothyStang foi morta com seis tiros em Anapu, a 300 quilômetros dacapital paraense, em fevereiro de 2005. Ela trabalhava com a Pastoralda Terra e comandava o programa em uma área autorizada peloInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra).