Produtores de cana-de-açúcar querem inclusão da cultura na Política do Preço Mínimo

06/05/2008 - 18h13

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ComissãoNacional de Cana-de-Açúcar da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, hoje (6),com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para pedir aogoverno que inclua a cultura na Política Geral de PreçosMínimos (PGPM), a exemplo do que é feito com os grãos.O objetivo éevitar que os preços continuem abaixo dos custos de produção.De acordo com o presidente da comissão, Edison JoséUstulin, o preço da tonelada, pago ao produtor independente, éde R$ 35. Já o gasto do plantio até a colheita, que foide R$ 45 por tonelada na última safra, deve subir para R$ 50na próxima. Entre os principaisfatores que contribuem para a alta dos custos estão os preçosdos adubos, fertilizantes, mão-de-obra, combustíveis,além de questões como infra-estrutura e logística.Segundo Ustulin, ospreços atuais inviabilizam a próxima safra. “Nãoqueremos benesses. Queremos o que é nosso direito. Estamos hámais de 100 anos no setor. Agora que ele aponta para tempos melhores,queremos reconhecimento”, afirmou o produtor, referindo-se ao bommomento da produção de etanol, com o aumento no númerode carros flex no mercado.Stephanes disse quereconhece os problemas que os produtores enfrentam, mas disse que édifícil acatar a sugestão da comissão da CNA.“Nós temos uma dificuldade muito grande de enfrentar isso.Efetivamente, o setor desses fornecedores está com problemas,mas a dificuldade é que nós não temosmecanismos, porque, indiretamente, isso seria um subsídio”,justificou o ministro. Levantamento daCompanhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na semanapassada, mostrou que a colheita do setor, para este ano, deverávariar entre 607 milhões de toneladas e 631 milhões detoneladas.