Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de se reunir com integrantes de entidades sindicais que representam os auditores fiscais da Receita Federal, o ministro do Planejamento, PauloBernardo, pediu hoje (6) à categoria que volte ao trabalho para que o diálogo avance. Ele não modificou a proposta de reajuste, nem a do calendário de aplicação do aumento salarial já oferecido, mas garantiu que o governo ainda pode discutir os critérios de promoção. Os auditores estão em greve há quase dois meses. “Chegamos ao limite do que podíamos oferecer emtermos econômicos. Aceitamos discutir critérios de avaliação e de promoção, mas manter a greve esperando que nós tenhamos condição demelhorar a proposta é simplesmente ficar penalizando a sociedade. Vamoscontinuar negociando, mas não temos nenhuma garantia de aumentar aproposta", disse ele.Para o ministro, é possível negociar os critérios deavaliação para progressão dos servidores na carreira, o chamado Sistema de Desenvolvimento da Carreira (Sidec). Segundo ele, ainda é possível conversar sobre a adoção de critérios de avaliação, que queservem para promoção e até para salário maior. "Queremos que essaavaliação seja rigorosa”, explicou. Segundo o ministro, do debate com os auditores, poderão sair os critérios de avaliação para outras categorias.O presidente do Sindicato Nacional dos AuditoresFiscais da Receita Federal (Unafisco), Pedro Delarue Tolentino Filho, disse que os auditores não abrem mão de discutir a progressão da carreira. “Acreditamos que, com a abertura dodiálogo, com o apoio dos parlamentares, nós poderemos criar um ambientefavorável na parte financeira. Não estamos abrindo mão disso”, enfatizou.Tolentino disse que levará às liderançasdo movimento de greve, ainda hoje, a idéia defendida por Paulo Bernadrode que a suspensão da greve facilitará o diálogo. A próxima assembléiada categoria está marcada para quinta-feira (8). “Isso serálevado em consideração no encaminhamento que vamos fazer e sobre o qual vamos discutira partir de agora”, afirmou. Paulo Bernardo lembrou que haverá corte de ponto dos diasparados. “O entendimento do governo é que, no dia parado, não houvetrabalho e, portanto, não temos que pagar. Isso já é decisão do STJ[Superior Tribunal de Justiça] e do STF [Supremo Tribunal Federal]”, afirmou. O ministro disse que a greve não trouxe prejuízo ao governo, que continua arrecadando. O apelo para que os auditores voltem ao trabalho, enfatizou Bernardo, é porque há outros setores parados em função da greve. "O que estáacontecendo é barreira cheia de caminhoneiros parados, empresa que nãoconsegue liberar matéria-prima para produzir o seu produto paraexportação”, concluiu.