Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, vai ficar numa "saia justa" por ter prometido rever os termos do Tratado de Itaipu durante a campanha eleitoral, segundo o diretor do Departamento da América do Sul 1 do Ministério das Relações Exteriores, João Luiz Pereira Pinto.Durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o diretor disse que as reivindicações do presidente eleito mostram "profundo desconhecimento" da questão de Itaipu. "Como nós aqui no Brasil somos 180 milhões de treinadores de futebol, no Paraguai todos são especialistas em Itaipu, mas talvez nem 200 pessoas tenham tido o trabalho de ler o tratado".Pinto afirmou também que Lugo foi mal assessorado ao associar o preço da hidreletricidade ao valor do barril do petróleo para justificar a intenção de reajustar as tarifas pagas pelo Brasil pela energia de Itaipu a que o Paraguai tem direito, mas não utiliza."É uma idéia que alguém deve ter soprado e ele comprou no calor da disputa eleitoral, e agora vai ficar numa saia justa", declarou o diretor. Ele afirmou que o Paraguai deveria utilizar a metade da energia de Itaipu a que tem direito, para o desenvolvimento do país.