Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Duas confederações nacionais de metalúrgicos, uma ligada à Força Sindical e outra à Central Única dos Trabalhadores (CUT), fizeram hoje (25) manifestação pela redução da jornada de trabalho sem diminuição dos salários e pela ratificação da Convenção 158 da Orgamização Internacional do Trabalho (OIT), contra a demissão imotivada. Segundo os organizadores, cerca de seis mil trabalhadores participaram da concentração na Praça da Sé, região central da cidade. Em todo o estado, existem cerca de 1,3 milhões de metalúrgicos. No Brasil, são cerca de 2,1 milhões de trabalhadores, que estão realizando manifestações em todo o país.A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, ligada à ForçaSindical, e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), filiada àCeUT, realizaram hoje (25), na capital paulista, uma manifestaçãoSegundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e Mogi das Cruzes, Eleno Bezerra, a manifestação de hoje é o início de uma mobilização nacional para a campanha de redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a aprovação da Convenção da OIT. Com a redução da jornada de trabalho, disse ele, poderão ser criados dois milhões de novos empregos, "para dar oportunidade àqueles que estão desempregados e dar tempo para os metalúrgicos se reciclarem e cuidarem da saúde”. De acordo com Bezerra, as grandes empresas dos centros urbanos já aderiram à jornada de 40 horas semanais. “Queremos agora pressionar o Congresso Nacional para que aprove a redução de jornada, mas isso é difícil, porque existe oposição dos empresários e de grandes grupos econômicos, que querem aumentar a jornada”. Bezerra disse que, para tanto, pretendem recolher 2 milhões de assinaturas para um projeto de lei instituindo a jornada reduzida. As mobilizações deverão prosseguir até o dia 28 de maio, quando todas as centrais sindicais realizarão ato único para entregar o projeto no Congresso Nacional.O presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (FenCut), Valmir Marques, afirmou que a economia sustentada e o momento vivido pela indústria e a produção permitem que toda a classe trabalhadora tente avançar em suas conquistas. “A redução da jornada de trabalho é uma luta antiga, e este é um momento totalmente favorável para fazermos esse debate nas convenções com o empresariado e com a manifestação popular”, disse ele.Marques enfatizou que, atualmente, com o crescimento do consumo e da produção, as horas extras acabam sendo estimuladas, mas o empresariado e o trabalhador pagam uma conta alta por isso. “A hora extra também tem seu contraponto porque gera doença profissional, gera stress por conta da carga de trabalho exagerada. O que estamos dizendo é justamente o contrário: que é o momento de toda essa riqueza que tem se gerado no país ser dividida como geração de emprego para que mais pessoas possam participar desse crescimento e nós possamos diminuir a desigualdade social no país.”