Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A mudançano fuso horário de alguns estados da Região Nortepoderá resultar em uma pequena economia de energia para opaís. A avaliação é do Professor deFísica da Universidade Federal do Acre (UFAC) FranciscoEulálio Alves dos Santos, conhecido como professor Magnésio.Segundo ele, a economia de energia não é o principalobjetivo da mudança, mas, será uma conseqüênciada alteração.“Quandovocê antecipa uma hora o fuso horário, as atividades vãoterminar uma hora mais cedo, e isso representaria o que acontece nohorário de verão para as grandes cidades”, explica.Ele diz que ainda não é possível calcular dequanto será a economia.Ontem(24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou oprojeto de lei que reduz de duas para uma hora a diferença dofuso horário do Acre em relação a Brasília.A lei, que entrará em vigor daqui a 60 dias, tambémaltera o horário de seis municípios do Amazonas e 18 doPará.Na regiãoatingida pela mudança, o sistema de energia é isoladodo resto do país, e formado em sua maioria por termelétricas.Assim, a economia nesses estados poderá diminuir as despesascom a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que éuma taxa paga por todos os consumidores do país para financiaresse sistema isolado.Segundo aEmpresa de Pesquisa Energética (EPE), a economia por causa damudança de fuso horário será “residual”. Opresidente da Eletroacre, Celso Mateus, disse que a empresa ainda nãofez avaliação do impacto da mudança na energiado estado.Noprojeto de lei, o autor, senador Tião Viana (PT-AC), diz que aalteração pode acarretar economia de energia nosistema isolado dos estados no Norte, diminuindo as despesas com aCCC. Mas a assessoria do senador não possui dados concretossobre o impacto da mudança na utilização daenergia.O governodo Acre criou um comitê formado pela Procuradoria-Geral doEstado, pelo Gabinete Civil e pela Secretaria de Meio Ambiente paraavaliar os ajustes necessários à mudança.