Nova política industrial eleva participação do Brasil nas exportações globais

15/04/2008 - 21h22

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A nova política industrial, que seráanunciada pelo governo nos próximos dias, estabelecerácomo meta, na área do comércio exterior, que o Brasildetenha 1,25% do comércio internacional em 2010, contra osatuais 1,14%. A informação foi dada hoje (15) pelosecretário de Comércio Exterior, do Ministériodo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(MDIC), Welber Barral.

Com a meta, as exportaçõesdo Brasil deverão chegar a US$ 220 bilhões por ano em2010. Barral refutou a tese de que a meta de 1,25% de exportaçõesdo cenário mundial seja reduzida ou conservadora. “Nóstivemos um salto. Há cinco anos, o Brasil tinha só 0,8%do comércio internacional. Nós saltamos em 2007 para1,14% e queremos chegar a 1,25% em 2010. Parece pouco. Mas isso vaideixar o Brasil entre os 20 maiores exportadores mundiais”.

O secretário enfatizou que,para chegar a essa fatia do comércio mundial, o Brasil teráque elevar as exportações até que cheguem a umpatamar superior ao de outros mercados. “E o comérciomundial está crescendo muito. Então, a gente tem umefeito duplicado, que é crescer as exportações ecrescer mais ainda que as exportações mundiais. Se nósconseguirmos atingir essa meta, nós vamos ficar àfrente, por exemplo, da Suíça e da Suécia, quesão exportadores bastante tradicionais”, avaliou.

Em relação a outrospaíses emergentes, o Brasil enfrenta a concorrência daChina, que detém 8% das exportações globais, eda Rússia, com 2,5%. Já a Índia tem 1% dosembarques internacionais, percentual inferior ao do Brasil.

Barral abre amanhã (16), nasede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,no Rio de Janeiro, o 124º Encontro  de ComércioExterior (Encomex), cujo principal objetivo é estimular aparticipação de micro e pequenos empresáriosfluminenses no mercado externo.

Segundo ele, o governo quer que afatia exportada pelas micro e pequenas empresas aumente no próximoano. “Temos a meta de aumentar a participação demicro e pequenas empresas para, pelo menos, 4%. E o estado do Rio deJaneiro, que tem um número muito grande de micro, pequenas emédias empresas, é um fermento importante para promoveressa participação”, disse.

Hoje, as micro e pequenas empresastêm uma participação de 1,7% no valor exportadopelo Brasil, enquanto as médias empresas alcançam 6,7%.

Barral disse que a pauta dasexportações brasileiras é diversificada erebateu as críticas de que se baseie, principalmente, emcommodities, bens primários com cotaçãono mercado internacional, tais como produtos agrícolas eminério. “A exportação brasileira émuito variada”, afirmou.

A indústria, exemplificou osecretário, tem como principal produto exportado os aviões.Os produtos que se seguem nesta lista são os automóveis,maquinas em geral e tratores. “Você tem uma diversidadetecnológica e industrial muito grande”, disse.

As commodities são osegundo grupo da pauta de exportações e não sãoexclusivamente produtos básicos, conforme destacou osecretário. “Não é verdade [que commoditiessejam só produtos básicos]. Alguns produtosquímicos de alto valor agregado são consideradoscommodities”.

O terceiro grupo é aquele queengloba produtos com alto grau de inovação, o que,segundo Barral, não diz respeito somente a componentetecnológico. Neste caso, pode envolver também aspectoscomo marca e design. “Falando especificamente do Rio de Janeiro,onde há uma exportação expressiva de biquinis,por parte de pequenas e médias empresas, onde a marca e odesign são quesitos extremamente importantes”, concluiu.