Líder do governo reapresentará requerimento para tentar anular convocação de Dilma

15/04/2008 - 18h50

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder dogoverno no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), reapresentarána quinta-feira (17) na reunião da Comissão de Serviçosde Infra-Estrutura, requerimento para anular a convocaçãoda ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A decisão foitomada na reunião de líderes realizada no gabinete dopresidente da Casa, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). A comissãoaprovou hoje (15) um requerimento do senador Mário Couto(PSDB-PA), convocando Dilma Rousseff exclusivamente para darexplicações sobre o suposto dossiê dos gastos do ex-presidente FernandoHenrique Cardoso com cartões corporativos e conta tipo B. Esteé o segundo requerimento de convocação daministra aprovado pela comissão. O primeiro foi no dia 3 deabril, quando a ministra foi convocada para falar sobre as açõesdo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois do requerimento de convocação ter sido aprovado, o líder Romero Jucá apresentou dois outros requerimentos para tentar reverter a medida. Um transformava a convocação aprovada no dia 3 para convite e o outro para anular a convocação aprovada esta tarde. O presidente da comissão, senador Marconi Perillo, encerrou a reunião sem votar os requerimentos, e disse que qualquer tentativa para tentar reverter as convocações teria que ser feita diretamente ao Plenário do Senado."Nósentendemos que isso deve ser discutido e resolvido no âmbito daprópria Comissão de Infra-Estrutura", disse Jucá,argumentando que a comissão só pode convocar a ministrapara falar sobre assuntos ligados à infra-estrutura. "A ministra viráà comissão discutir PAC [Programa de Aceleraçãodo Crescimento]. Esta é uma posição dogoverno e da própria ministra Dilma", afirmou,acrescentando que qualquer outro assunto não é tema daComissão de Infra-Estrutura e "se ela for perguntadaresponde se quiser". Romero Jucádescartou, por enquanto, qualquer recurso ao Plenário doSenado ou ações como a retirada de governistas dascomissões temáticas com o objetivo de não darquórum nas deliberações. "Vamos por etapas.Espero que na comissão isso possa ser resolvido, entãonós vamos trabalhar no âmbito dacomissão. Dependendo do resultado, vamos avaliar o que fazer".O presidente daComissão de Serviços de Infra-Estrutura, senadorMarconi Perillo (PSDB-GO), que também participou da reuniãode líderes, disse que sua decisão de considerar osrequerimentos de Romero Jucá como matéria vencida,jogando para o Plenário do Senado qualquer possibilidade derecursos, foi tomada com base no Regimento da Casa e na Constituição."O líder dogoverno ficou de apresentar um requerimento de recurso àComissão de Infra-Estrutura e nós vamos ver selegalmente, regimentalmente, é possível. Se for, aoposição vai deliberar como delibera todas asmatérias que são de interesse público e deinteresse do Senado", afirmou.Já o líderda minoria, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), argumentou que"o governo não pôs a turma [base aliada]para trabalhar" e por conta disso não compareceu àsessão deliberativa da comissão.O requerimento de MárioCouto não estava na pauta da comissão. No momento daapresentação e votação da matéria,apenas seis senadores estavam presentes, sendo dois da basegovernista - Expedito Filho (PR-RO) e Romeu Tuma (PTB-SP). Perguntado por que nãoapresentou qualquer recurso ao requerimento do senador tucano paraprotelar a votação, Tuma disse que "nãohouve orientação alguma da base". O senador disse, porém,que não vê razão para que não haja odepoimento, mas acha que a Comissão de Infra-Estrutura nãoseria o foro adequado para a ministra dar explicaçõessobre o suposto dossiê.