Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O coordenador da pesquisa sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Márcio Nakane, informou hoje (10), que apesar de ter ocorrido aceleração da taxa na primeira quadrisemana de abril (referente ao período de 08 de março a 7 de abril último) com variação de 0,38%, a sexta seguida, essa alta não compromete o controle da economia. Ele considera que se “de um lado existem pressões” há também a possibilidade de freio por parte das autoridades monetárias. O economista lembrou que no último relatório do Banco Central” já houve uma sinalização” sobre a possibilidade de rompimento da manutenção da taxa básica de juros, a Selic, nos atuais 11,25%. Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) reunem-se nos próximos dias 15 e 16. Na última avaliação de Nakane, ele projetou um IPC anual da Fipe em 4,1%. Para o mês de abril, ele alterou de 0,51% para 0,44%.Ao avaliar os itens que mais pressionaram a inflação nesse último período, o economista destacou a alta média de preço do pão francês (6,57%) ante (4,27%), na pesquisa anterior. Foi a maior correção já observada nos últimos cinco anos. Até então, o salto mais elevado havia sido detectado na primeira quadrissemana de dezembro de 2002 (9,37%). O motivo é o mesmo que atinge outros produtos processados a base de farinha de trigo, o macarrão, por exemplo, que pulou de 0,23% para 1,04%. Com a cotação em alta do trigo no mercado globalizado, seus sub produtos dispararam.Já o óleo de soja que também tem provocado impactos na inflação, foi constatada no período uma ligeira desaceleração, embora “permaneça com taxa elevada”, acentuou Nakane. Esse ítem apresentou taxa positiva de 8,75%, mas a anterior havia sido maior (10,50%). Além dos alimentos, e do vestuário que subiu em média 0,50% ante 0,08%, houve aceleração em Habitação (0,47%) ante (0,44%) e neste caso, conforme explicou Nakane, a pressão veio do aumento nas contas de energia elétrica (2,39%).