Jovens de 17 estados definem prioridades em políticas públicas

29/03/2008 - 16h22

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dezessete estados encerram neste fim de semana suas Conferências Estaduais de Juventude. Grupos de jovens, entidades civis e gestores locais vão debater e definir quais são as políticas públicas prioritárias para a área. As conclusões serão levadas para a 1ª Conferência Nacional de Juventude, prevista para o final do próximo mês, em Brasília. Segundo o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, o processo de conferências configura o aumento dos espaços de participação para que a sociedade civil organizada debata com o Estado brasileiro as questões referentes a políticas públicas, fortalecendo o tema juventude como política de estado. ”É o primeiro processo de conferência num tema que é recente na agenda das políticas públicas. O fato de já termos tido cerca de 300 mil pessoas participando desse processo nas etapas anteriores nos municípios e conferências livres e em etapas estaduais que já aconteceram é um passo importante para que possamos afirmar o tema juventude como política de estado”, afirmou.De acordo com o secretário, os debates nos estados incorporam decisões tomadas em fóruns de discussão municipais realizados em 830 cidades de todo o país. Cerca de 500 conferências livres também foram organizadas por iniciativa de grupos de jovens, e suas deliberações serão encaminhadas para a Conferência Nacional. Cury disse que o diálogo com centenas de organizações ligadas à juventude vai permitir avaliar o que foi feito desde 2005, quando foi criada a Política Nacional de Juventude , e aprimorar iniciativas, como o ProJovem e o ProUni e a ampliação dos centros federais de educação tecnológica (Cefets), centradas principalmente na elevação da escolaridade, na qualificação profissional.O secretário informou que os investimentos foram voltados para essas áreas porque estudos mostram que educação e oportunidades no mercado de trabalho são as duas grandes demandas da juventude. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 50,5 milhões de brasileiros, um quarto da população do país, têm entre 15 e 29 anos. Deles, 4,5 milhão estão desempregados, fora da escola e sem ensino fundamental completo.“Qual é a perspectiva que esse jovem tem? Nessa faixa etária, é muito difícil motivá-los a simplesmente voltar à escola regular, é preciso incentivá-los”, argumentou . Se você oferece a ele a oportunidade de voltar a estudar, mas também um currículo integrado para aprender uma profissão, com inclusão digital, ele pode continuar seu ciclo educacional e ter melhores oportunidades de trabalho. Ao gerar oportunidades para esses jovens, está dialogando também com outros problemas, como a violência, por exemplo”, concluiu.Estudos da Organização Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) indicam que a taxa de homicídios entre os jovens no mundo é duas vezes e meia maior do que entre pessoas de outras faixas etárias. De acordo com a Unesco, nas últimas décadas, o número de assassinatos cresceu 81,6% entre a juventude, enquanto se manteve estável no restante da população.