Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo abriu inquérito para investigar a morte de João Mendonça Alves na sede da superintendência da Polícia Federal, ocorrida no último sábado (22). Segundo o MPF, a investigação será conduzida pelos procuradores Patrick Montemor Ferreira, Roberto Antonio Dassié Diana e Ryanna Palas Veras.Alves, de 38 anos, foi preso em uma operação da Polícia Federal, na sexta-feira (21), acusado de participação em tráfico internacional de drogas. No sábado, por volta das 16h, um plantonista da Polícia Federal encontrou Alves de bruços e com três ferimentos no corpo, provavelmente provocados por uma lâmina de aparelho de barbear. O preso foi socorrido e foi levado ao Hospital Sorocabano, onde morreu por volta das 16h52.Para a investigação, o MPF requisitou hoje (25) ao superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Jaber Saad, o envio de diversos documentos como as gravações do circuito interno da custódia e do corredor de acesso a essa área; as cópias dos livros de ocorrências, de advogados e de visitas; a lista com o nome de todas as pessoas que estiveram na custódia e que visitaram o preso e fotos do local. Também foi requisitada a cópia integral do inquérito da Polícia Federal para a apuração dos fatos.O Ministério Público também solicitou que o Instituto de Criminalística (IC) envie uma cópia do laudo necroscópico. Os órgãos terão o prazo de 10 dias para o envio de todos os documentos.Ontem (25), por meio de nota, a Polícia Federal afirmou que acredita na hipótese de suicídio. Duas investigações estão em curso para apurar as circunstâncias da morte: uma pela Polícia Civil e outra pela própria Polícia Federal paulista. Para evitar que a investigação seja conduzida apenas pela própria PF de São Paulo, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) encaminhou uma carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro, solicitando que a Polícia Federal (PF) em Brasília também faça uma investigação. O Condepe também pediu que a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, acompanhem e investiguem o caso.