Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentou, há pouco, em reunião de líderes partidários, intermediar um acordo com a oposição para que o Plenário possa votar ainda hoje (25) algumas das 14 medidas provisórias (MPs)que trancam a pauta. A oposição deixou a reunião reafirmando a disposição de manter a obstrução das votações.Na parte da manhã, Chinaglia já havia se reunido com os líderes dos partidos da oposição para tentar viabilizar o acordo. O líder do PSDB, José Anibal (SP), disse que seu partido e o PPS vão continuar a obstrução iniciada na semana passada por causa do grande número de medidas provisórias. Depois da reunião da parte da tarde com líderes da base aliada e da oposição, o líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), reafirmou que a obstrução vai continuar."Por enquanto, a oposição continua obstruindo, agora mantendo o esforço de tentar construir um entendimento que permita o andamento normal dos trabalhos do Congresso Nacional", disse ACM Neto. E acrescentou: "Estamos muito mais no espírito de construir o entendimento, de buscar a conciliação com a base do governo do que propriamente o confronto, ou de estar acirrando ainda mais a disputa."ACM Neto reconheceu que o governo já reduziu a edição de MPs, já que a última medida provisória editada tem quase um mês. "É fato que a redução do número de MPs é um passo importante, e parece que há demonstração de auto-reconhecimento do governo de que precisava limitar o número de MPS."O líder do governo, Henrique Fontana (RS), criticou a oposição por continuar obstruindo as votações, "num momento em que o governo está buscando um acordo" para mudar o rito de tramitação das medidas provisórias. "Queremos encontrar outra forma de tramitação das Mps – estamos negociando. Agora, qual é a resposta da oposição? É uma obstrução irracional. Ou seja, quando a negociação está instalada, o diálogo está pleno, a resposta da oposição é a obstrução".Segundo Fontana, nessa "radicalização da oposição", quem perde é o Brasil. Ele lembrou que é preciso liberar a pauta da Câmara e do Senado para que o Congresso Nacional possa votar matérias importantes para o Brasil. "Essa obstrução atrapalha o andamento dos trabalhos do Congresso. Chegamos a ficar sete horas discutindo uma MP na semana passada, por causa da obstrução da oposição."