Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Prestes a completar um mês em Tailândia(PA), a Operação Arco de Fogo, criada pelo governofederal para combater o desmatamento ilegal na Amazônia, járesultou na aplicação de multas no valor total de R$23,1 milhões.Foram apreendidos 23,3 mil metros cúbicosde madeira em tora ou serrada extraída ilegalmente dafloresta. As multas são referentes a funcionamento sem licençaou depósito de madeiras sem origem legal comprovada. Participam da operação fiscais do Instituto Brasil de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apoiados por agentes da Polícia Federal e a ForçaNacional de Segurança. Já foram vistoriados pela equipe 53estabelecimentos, entre madeireiras, carvoarias e propriedades rurais particulares.Foram embargadas 14 serrarias, 25 carvoarias e seis áreas, ondefoi detectado desmatamento recente em cerca de 4,2 mil hectares. Caso o proprietário do imóvel ruralnotificado pelo Ibama não apresente documentos como títuloda terra, autorização para desmate e licençaambiental, ele é autuado por crime ambiental.O procedimentoresulta em pena que varia de três meses a um ano, e multajudicial. Já foram notificadas até agora 12 fazendas na região de Tailândia, com três fazendeirosautuados.Segundo o superintendente do Ibama no Pará, Aníbal Picanço, ainda há material clandestino a ser apreendido na região de Tailândia, mas em quantidade pequena : “Logramos êxito nesta primeira operação e esperamos que as outras também ocorram da mesma forma com aperfeiçoamento de falhas detectadas”. Em entrevista à Agência Brasil, Picanço garantiu que a Operação Arco de Fogo ainda passará pelas 12 cidades paraenses incluídas na lista elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), dos 36 municípios que mais desmataram a Amazônia em 2007. Uma preocupação do órgão ambiental na atuação nos próximos municípios é adotar medidas para minimizar o impacto econômico da fiscalização. Em Tailândia, onde cerca de 70% dos moradores dependiam do setor madeireiro, o desemprego aumentou e o comércio foi esvaziado com o embargo de serrarias e carvoarias.“Estamos fazendo gestões junto aos governos federal e estadual para que [a fiscalização] já chegue com medidas sociais que contemplem o amparo a estes trabalhadores. Justamente para não haver o declínio econômico relatado em Tailândia”, ressaltou Picanço.