Associação industrial descarta pressão inflacionária e garante produção

25/03/2008 - 19h11

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Não existem motivos para que o governo adote medidas de desaceleração do consumo, afirmou hoje (25) o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. “Neste momento, a indústria nacional está atendendo perfeitamente à demanda do mercado interno, de maneira que não existe uma pressão inflacionária, de demanda que justificasse ou aumento da taxa de juros ou diminuição dos prazos de pagamento dos financiamentos”, disse.Na avaliação de Barbato, não se está vivendo um aumento de preços em função da demanda, mas somente uma extensão nos prazos de pagamento. Ele ressaltou ainda que a indústria brasileira, de maneira geral, não chegou ainda a 80% da sua capacidade instalada.Também para o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pressão no consumo ainda é localizada em alguns setores da economia. Ele destacou que é necessário ter cuidado com medidas de desaceleração, já que o país dá sinais de estar entrando em um novo patamar de crescimento econômico.“Se de repente se adotam medidas que podem desestimular ou desacelerar fortemente a atividade econômica, e considerando também que o cenário internacional está mudando, de repente o Brasil corre o risco de abortar um ciclo de crescimento que estava se desenhando como um ciclo sustentável”, disse.Segundo Monteiro Neto, dois instrumentos devem proteger o país de problemas na oferta de bens aos consumidores: a abertura das exportações e a taxa crescente de investimentos da indústria, que em longo prazo leva a uma oferta maior de bens. Ontem (24), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo esteja estudando medidas para restringir o crédito. No entanto, ele afirmou que deve conversar com representantes de alguns setores para saber se estão em condições de aumentar a oferta e atender à demanda nos próximos anos.