Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O últimolevantamento da Serasa sobre o nível de atividade do comérciono período de Páscoa indica um aumento de 8,1% nascompras em relação ao mesmo período do anopassado. Os números foram divulgados hoje (20) pelo assessoreconômico da instituição, Carlos Henrique deAlmeida, e são relativos ao final de semana passado. A Serasa é uma empresa especializada em análises einformações para decisões de crédito.SegundoCarlos Henrique, o crescimento nas vendas deve-se às promoçõese às facilidades do crédito, inclusive dos cartões.Ele lembra que o mês de março é crítico esazonalmente de elevação da inadimplência porqueas pessoas estão pagando impostos como o Instituto Predial eTerritorial Urbano (IPTU) e também porque é o mêsem que vencem as últimas parcelas das compras de Natal. A inadimplência,segundo ele, aumentou 7,5% no primeiro bimestre deste ano emrelação ao dois primeiros meses ano passado. “Comoesse ano a Páscoa está caindo mais cedo, ela [ainadimplência] pode contribuir para aumentar esse indicador”,analisou. Carlos Henrique aconselha as pessoas queainda não fizeram as compras da Páscoa a evitarem oendividamento além da real capacidade de pagamento. O assessorda Serasa lembra que o crédito é mais adequado paracompras de um bem durável, como eletrodomésticos, quetem um maior valor agregado. “Comprar ovo de Páscoaem dez vezes é meio complicado, né? Porque a satisfaçãodo ovo de Páscoa é imediato. Não é como oum bem durável, que dá satisfação aolongo de vários meses. O consumidor deve avaliar se vale apena parcelar num prazo tão longo, sendo que em dois ou trêsdias ele já consumiu [o produto]”, afirmou. Quantoao crescimento da inadimplência, o economistaadmite que o índice é elevado diante dos juros altos.Por outro lado, os juros não caem porque embutem ainadimplência no custo de captação dos bancos.“A inadimplência tem que cair. Existe aresponsabilidade das duas partes. Do consumidor e do lojista queconcede crédito, ele também tem responsabilidade nainadimplência. É importante que um conceda bem o créditoe o outro, que é o consumidor, tome [o crédito]de uma forma bem responsável”.