Obras de revitalização de área pobre em Florianópolis custarão R$ 54,6 milhões

20/03/2008 - 20h54

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Florianópolis - Os governos federal e deSanta Catarina e a Prefeitura de Florianópolis anunciaram hoje(20) o início do projeto de revitalização doMaciço do Morro da Cruz, complexo que reúne comunidadespobres da capital. O investimento é de R$ 54,6 milhões,sendo R$ 25 milhões do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), cerca de R$ 15 milhões do estado e R$ 14,6milhões do município. O presidente LuizInácio Lula da Silva esteve em Florianópolis para darinício às obras.O ministro das Cidades,Márcio Fortes, garantiu a liberação do dinheiro,mas em contrapartida pediu que as autoridades locais acelerem aexecução, estimada para terminar em três anos."Dinheiro não falta. Vamos correr com as obras governador[Luiz Henrique da Silveira] e prefeito [DárioBerger]", disse no terminal de ônibus inativo Saco dosLimões, onde a cerimônia foi realizada. "As obras começamna segunda-feira", afirmou o prefeito, ao lembrar que aelaboração do projeto começou em 2005. O ministro sugeriuainda que a mão-de-obra a ser contratada venha das própriascomunidades. A revitalizaçãoprevê a construção de 400 casas, redes de água,esgoto e energia e de uma espécie de bonde que permitiráaos moradores das partes mais altas ter acesso à linhas deônibus. O projeto atenderá, conforme a prefeitura, 16comunidades com cerca de 22,7 mil habitantes, o equivalente a 40% dapopulação pobre da capital.Os líderescomunitários do Maciço do Morro da Cruz destacaram quehá 20 anos esperam pelas melhorias. "Sei o que éviver sem infra-estrutura. Nossas comunidades não têmendereço. Agora vai ter endereço. Isso édignidade", disse a presidente da Associação dosMoradores da Serrinha, Clara Ribeiro.Já o padreVilson Groh, que desenvolve trabalho com jovens do Maciço,ressaltou a participação dos movimentos sociais naformulação do projeto. "Não se pode pegar odinheiro pelo dinheiro, mas com reais critérios",afirmou. "O movimento social tem que sair da cadeira dareivindicação e ir para a proposição",completou. Para uma platéiacom cerca de duas mil pessoas, conforme estimativas dosorganizadores, o presidente Lula voltou a reclamar da burocracia edescompasso entre os entes federativos no andamento do PAC. "Senão tiver cobrando todos os dias, as coisas nãoacontecem", afirmou.O ministro dasComunicações, Hélio Costa, assinou documentopara a doação de kits para implantação detelecentros em 293 municípios catarinenses. Cada kit écomposto por um servidor de informática, 10 computadores, umacentral monitoramento, um roteador wirelesse, de 11estabilizadores, um uma impressora a laser, um projetor multimídia,de cadeiras e de mesas.