Diretor jurídico de Itaipu diz que contrato com Paraguai não será renegociado

20/03/2008 - 11h15

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Foz do Iguaçu (PR) - O diretor jurídicode Itaipu Binacional, João Bonifácio Cabral Filho,afirmou hoje (21), em Foz do Iguaçu (PR), que o contrato deformação da estatal, de propriedade dos governosbrasileiro e paraguaio, é bom para ambas as partes.Ao comentar declaraçõesdo candidato à presidência do Paraguai, Fernando Lugo,de que, se eleito, vai propor a renegociação docontrato, assinado em 1974, Cabral disse que não há possibilidadealguma do Brasil renegociar o contrato de Itaipu Binacional. “Ele [o contrato]prevê que, 50 anos depois da assinatura, sejam renegociadassuas bases financeiras”, disse. O diretor jurídico diminuiua importância das declarações do candidato àpresidência do Paraguai, líder nas pesquisas de opinião.“São colocações de cunho eleitoral. Em todasas eleições, este tema é revivido no Paraguai”.Pelo contrato, comvalidade até 2023, cada país tem direito a 50% daprodução de energia, sendo que o Brasil tem prioridadede compra sobre o excedente. Cabral Filho disse ainda que o Brasiltem sido justo com o Paraguai na execução do contrato. Segundo ele, o paísvizinho recebeu, nesse período, USS 3 bilhõesreferentes a royalties. “Isso mesmo antes de pagarmos as dívidasda construção da usina”, enfatizou. O Brasil recebeuo mesmo valor. “Tenho certeza que opresidente que ganhar as eleições, quando colocar ospés na realidade, vai ver o que é Itaipu e teráuma posição menos passional”, disse Cabral Filho.