Agência Lusa
Pequim (China) - O governo chinês recusou conversações com DalaiLama, apesar das crescentes pressões internacionais para quePequim dialogue com o líder tibetano exilado, no momento emque aumenta a presença militar chinesa no Tibete.Oporta-voz do Ministério chinês das RelaçõesExteriores, Qin Ganag, disse que Pequim classifica Dalai Lama oficialmente como um líder religioso falso e "hipócrita"que deseja a independência do Tibete. "O DalaiLama deve desistir da sua exigência de um Tibete independente,acabar com suas atividades separatistas, reconhecer que o Tibeteé parte da China e que o governo da República Popularda China é o único governo legítimo", disseQin Gang em entrevista coletiva.Ele respondia aos apelosdo Papa Bento 16 e do primeiro-ministro britânico, GordonBrown, para novas negociações entre Pequim e o DalaiLama, que disse novamente estar disposto a negociar com a China"dentro de semanas, dentro de alguns meses".Dalai lama afirmou que não deseja aindependência do Tibete, mas uma "autonomiasignificativa", afirmações que Qin Gang voltou adesvalorizar.O porta-voz reforçou as acusaçõeschinesas de que "o grupo do Dalai Lama" foi o autor dasmanifestações contra a administração noTibete. Os atos começaram em 10 de março em Lhasa, acapital tibetana, e se tornaram violentos no último dia 14. "Ele diz que não é umseparatista, mas as suas propostas e ações provam queele nunca parou com as suas palavras e atos que visam separar apátria", disse Qing. O porta-voz se recusou aexplicar como Dalai Lama pode convencer o governo chinês deque não busca a independência do Tibete.Pequim diz que osmotins de Lhasa deixaram 325 feridos e 16 mortos, incluindo 13queimados pelos manifestantes e três que morreram ao saltar dejanelas e telhados.Os grupos de exilados tibetanos dizem quea repressão chinesa sobre os manifestantes causou pelo menos100 mortos.A agência de notícias oficial NovaChina confirmou nesta quinta-feira que os protestos se espalharampelas províncias de Sichuan e de Gansu, onde vivem muitostibetanos. Qin Gang também aconselhou turistasestrangeiros a evitar estas duas províncias, apesar de dizerque "a situação está basicamente sob decontrole". "Para garantir a segurança dosturistas estrangeiros, sugerimos que não visitem estes locaisno momento presente", disse Qin Gang, antes de afirmar que "ogoverno chinês é totalmente capaz de garantir a proteçãodos turistas".Protestos pró-Tibete foramrealizados em diversas partes do mundo nos últimos dias. Naterça-feira, por exemplo, um grupo manifestou-se em frente aoComitê Olímpico Internacional (COI), em Lausanne. Nestaquinta, manifestantes demonstraram insatisfação com asituação em frente à embaixada chinesa em Viena,capital da Áustria (foto).