Daniel Mello
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes de diferentes setores da sociedade formaram hoje (5) uma imensa fila em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), para acompanhar o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que pede a retirada do artigo da Lei de Biossegurança que autoriza a pesquisa científica com células-tronco de embriões humanos. A fila descia por toda a rampa da frente do tribunal e dava a volta até a beira da pista de tráfego.
Na fila, estavam religiosos, médicos, advogados, estudantes de direito e de medicina, representantes de instituições pró e contra o uso de células-tronco de embriões humanos, além de manifestantes e profissionais de diversas outras áreas.Um grupo de cadeirantes distribuia flores coloridas entre os presentes, simbolizando a esperança de cura de muitas doenças com a liberação desse tipo de pesquisa, enquanto representantes do Movimento Brasil Sem-Aborto, que defende mais discussões sobre o tema, entregavam às pessoas camisetas com seu nome.
O coordenador do Movimento Brasil Sem-Aborto, Jaime Ferreira, disse que “a expectativa é que não haja essa decisão hoje, que algum ministro peça vista do processo para o debate possa continuar”. Segundo Ferreira, a sociedade ainda não está informada o suficiente para entender as questões que envolvem o uso de células-tronco em pesquisas científicas.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que foi o relator da Lei de Biossegurança na Câmara dos Deputados, disse que a liberação das pesquisas com células embrionárias permitirão que o “país dê um salto na área da ciência, para ajudar pessoas que têm doenças incuráveis”.
De acordo com Perondi, há “um nível de desinformação muito alto” entre os que se opõem às pesquisas. Ele afirmou que, assim como a vida acaba com o fim das funções do sistema nervoso, ela também se inicia quando esse sistema se forma. Então, concluiu o deputado, as pesquisas não destroem seres humanos.