Felipe Linhares
Da Agência Brasil
Brasília - As chances da crisepolítica entre Equador e Colômbia se transformar em umconflito armado são pequenas, na avaliação do professor de Relações Internacionais da Universidadede Brasília (UnB), Virgílio Arraes.O conflito entreColômbia e Equador começou sábado (1º)quando membros das Forças Armadas Revolucionárias daColômbia (Farc) foram mortos pelo Exército da Colômbiaem uma operação militar realizada em territórioequatoriano.“A intenção era eliminar alguns líderesdas Farc e se possível resgatar um grupo de pessoas, dentre asquais a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt. Só a primeira parte deucerto”, explicou o professor.Segundo ele, a crisepolítica pode envolver outros países da América do Sule os Estados Unidos. A Venezuela, liderada por Hugo Chávez,apóia o Equador. De acordo com Arraes, dependendo do resultadodas eleições paraguaias, este país tambémpoderá se envolver na crise. A Colômbia é o paíssul-americano mais próximo dos Estados Unidos.“A Colômbiaalém da área comercial também está[próxima] na área militar. Hoje a Colômbia tem um tratado de livre comércio e possui o exércitomais bem armado da América do Sul, graças aofinanciamento e auxílio dos Eestados Unidos.” O presidente americano,Geoge W. Bush, reiterou ontem (4) o apoio às açõescolombianas contra as Farc. Em nota oficial divulgada pela CasaBranca, Bush afirma ter conversado com o presidente colombiano, ÁlvaroUribe, e disse que “os Estados Unidos continuarão a defendera Colômbia nos confrontos do país contra o terror e osnarcotraficantes.” Uma saída,proposta pelo professor de Relações Internacionais,para dar fim ao conflito entre os países seria a criaçãode um grupo de negociação especificamente para essecaso. “Esse grupo reuniria os países afetados por essa crisee os países dispostos a colaborar diplomaticamente. O Brasilteria naturalmente um papel importante.”Arraes acredita que aposição brasileira diante da situação éa mais adequada. Segundo ele, a diplomacia brasileira agiu de formaequilibrada ao condenar os ataques e se colocar À disposiçãopara intermediar as negociações, de modo a encontrar uma soluçãopacífica à crise.