OEA deve dar resposta rápida sobre crise para não perder credibilidade, diz Amorim

05/03/2008 - 14h15

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disseque espera, ainda hoje (5), uma decisão da Organizaçãodos Estados Americanos (OEA) sobre a crise diplomática entre oEquador e a Colômbia. A credibilidade da OEA depende da rapidezde uma resposta para a crise, afirmou o ministro, depois departicipar de reunião de cerca de uma hora com os presidentesLuiz Inácio Lula da Silva e Rafael Correa, do Equador. Eledisse que falou com o secretário-geral da OEA, JoséMiguel Insulza, instandopara “que se encontre uma solução rápida parapreservar a credibilidade da organização. Agoraà tarde, o Conselho Permanente da OEA prossegue com reuniãoiniciado ontem (4), para discutior a crise na região. O Brasilpropôs a criação de uma comissão deinvestigação para tratar do caso. Amorim ressaltou quea OEA é a melhor instância para esse tipo de apuração,mas não descartou a possibilidades de a investigaçãoser feita fora da organização, caso esta nãoaceite a sugestão brasileira. Segundo o chancelerbrasileiro, o encontro dos dois presidentes foi amistoso: Lulamanifestou solidariedade a Correa, cujo país foi invadido nasemana passada por forças militares da Colômbia. Lulatambém reiterou a disposição brasileira de serum facilitador no processo de paz. “Nosso objetivo não éser mediador, é obter a paz”, disse Amorim. “O Brasil sesente ameaçado indiretamente por um conflito na região”,afirmou o ministro.Deacordo com o Amorim, o presidente Lula, assim como aceitouprontamente a reunião com Rafael Correa, se disse disposto arecebe o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quandoeste quisesse. Embora Uribe tenha manifestado interesse em seencontrar com Lula, ainda não definiu uma data. Acrise entre o Equador e a Colômbia teve início sábado(1º), quando, em uma operação militar, o Exércitocolombiano invadiu território equatoriano e matou integrantesdas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia(Farc). Um dos mortos foi o porta-voz e número 2 das Farc,Raúl Reyes.