Lorenzetti se recusa a assinar pedido de quebra de sigilos ao depor na CPI das ONGs

05/03/2008 - 14h51

Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-dirigente daFundação Interuniversitária de Estudos ePesquisas sobre o Trabalho (Unitrabalho) Jorge Lorenzetti se negouhoje (5) a assinar um documento autorizando a quebra de seus sigilosbancário e fiscal dos últimos cinco anos. O pedido foifeito pelo senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) durantedepoimento de Lorenzetti à CPI das ONGs.“Não vouassinar o seu pedido porque ele já foi atendido pelo Coaf[Conselho de Controle das Atividades Financeiras, do Ministérioda Fazenda], Polícia Federal e na CPI dos Sanguessugas.Todo o meu sigilo já foi quebrado e ninguém encontrounada lá”, disse.Por quase quatro horas,Lorenzetti deu explicações sobre a aplicaçãode repasse de cerca de R$ 18 milhões do governo àUnitrabalho, desde 2003, e de outros R$ 35 milhões àNova Amafrutas, uma reunião de cooperativas de agricultores daqual ele também foi dirigente.Jorge Lorenzetti foiinvestigado pela CPI dos Sanguessugas [que investigou uso deemendas parlamentares para compra de ambulâncias em licitaçõesfraudadas] e pela Polícia Federal, quando da apuraçãoda origem dos recursos do PT que supostamente serviriam para pagar umdossiê contra políticos do PSDB, na últimacampanha presidencial.Os senadores Sibá Machado (PT-AC) eInácio Arruda (PCdoB-CE), relator da CPI, defenderamLorenzetti quando Arthur Virgílio pediu a assinatura dodocumento.“Ele não é acusado de nada, étestemunha. Qualquer assunto que for feridas do passado e que nãofoi resolvido não é objeto desta comissão. Ficao constrangimento ao depoente, que está aqui para esclarecersobre a Unitrabalho e a Nova Amafrutas”, afirmou SibáMachado.Os senadores da base aliada concordaram em pedir cópiasdos documentos ao Coaf e à Polícia Federal, contendo aanálise das quebras dos sigilos.