Julgamento não pode ser visto como embate entre ciência e Igreja, argumenta CNBB

05/03/2008 - 15h29

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao defender a inconstitucionalidade do artigo da Lei de Biossegurança que permite o uso de células-tronco embrionarias em pesquisas, Ives Gandra Martins, advogado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que o julgamento não deve ser tratado como um embate entre a Igreja e a ciência.Ele argumentou que a ciência é uma das principais preocupações da Igreja. " A Academia de Ciência do Vaticano tem apenas 29 Prêmios Nobel", destacou.Gandra afirmou que a idéia de que as células-tronco embrionarias seriam mais eficazes que as células adultas "está superada" e classificou como "fracassos" os resultados de dez anos de pequisas com células embrionárias. "Pesquisas sem nenhum resultado positivo", apontou.O advogado pediu que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não "confundam" a Constituição com a legislação civil. De acordo com Gandra, apesar de o Código Civil prever direitos a partir do nascimento, a Constituição garante "a inviolabilidade jurídica ao ser humano".