Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A decisão doComitê de Política Monetária (Copom) de manter ataxa básica de juros, Selic, em 11,25% ao ano, foi criticadapor entidades de classe.A Federaçãoe o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo(Fiesp/Ciesp) afirmaram que o posicionamento do Copom é“conservador” e “monótono”. Para as duas entidades,não há motivos para que a taxa básica de jurosnão seja reduzida. “Nãoencontramos razões plausíveis para que o governo percaa oportunidade de baixar a Selic e combater a sua conseqüentedanosa sobrevalorização do real, que tira acompetitividade do produto nacional nos mercados globalizados”,afirmaram.Com a atual taxa,segundo a Fiesp/Ciesp, o Brasil é o país com a maiortaxa básica de juros do mundo. “Acabamos de passar aTurquia, tornando-nos os primeiros nesse injusto rankingmundial”.A Força Sindicalconsiderou a decisão “danosa aos interesses do trabalhador"."Os membros doCopom estão impondo um sacrifício e punindo quemproduz, gera renda e emprego no país”, afirmou a centralsindical. “Não hájustificativa plausível para manter a taxa neste patamar, quese torna proibitivo para os investimentos no setor produtivo e inibea criação de novos postos de trabalho”, critica aentidade de trabalhadores.A Central Únicados Trabalhadores (CUT) também criticou a “obsessão”do Copom “pelos juros reais mais altos do mundo”. “O Copom nãosó deveria baixar a Selic como, cumprindo sua funçãoconstitucional, também estipular metas de queda para os jurosdo mercado, injustos para trabalhadores e consumidores e tãogentis com o sistema financeiro”, afirmou a CUT.