Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Após dois anos em estabilidade, a participação das mulheres no mercado de trabalho nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo caiu de 55,4% para 55,1%, de 2006 a 2007, segundo um estudo divulgado hoje (5) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Essa proporção se refere às mulheres com mais de 10 anos de idade na situação de ocupadas ou desempregadas.O levantamento indica que apesar desse recuo – o primeiro desde 1995 –, a participação feminina permanece elevada. “Ainda é cedo para configurar uma tendência de reversão no quadro de crescimento dos últimos anos”, disse a socióloga Márcia Guerra, da Fundação Seade.Segundo a pesquisadora, caiu, principalmente, a participação das jovens de 10 a 17 anos (7,4%) no mercado de trabalho. Na avaliação dela, essa saída das jovens pode ser justificada pela mudança que tem ocorrido com o aumento da permanência dos jovens na escola.Diminuiu também a participação das mulheres mais velhas com 60 anos ou mais (2,3%), das filhas (3,1%), das negras (1,6%) e no grupo das que têm menos escolaridade, analfabetas ou com o ensino fundamental incompleto (3,2%), e com ensino fundamental completo ou médio incompleto (2,5%).Já entre os homens, a participação ficou, praticamente estável, em 71,4% ante 71,3% registrados em 2006. O estudo mostra ainda que, no ano passado, caiu a taxa de desemprego tanto para os homens como para as mulheres, mas a queda na mão-de-obra masculina foi quase o dobro (-8,2%) para os homens do que para as mulheres (-4,3%).Segundo Márcia Guerra, essa foi a maior diferença dos últimos 10 anos. “Isso mostra que as mulheres ainda continuam tendo mais dificuldade do que os homens para encontrar uma ocupação”, declarou.As diferenças se estendem também para os rendimentos. As mulheres ganharam, em 2007, a média de R$ 5,42 por hora trabalhada (-0,2%) em comparação a 2006, enquanto os homens obtiveram R$ 6,96 (-0,5%). O tempo médio para conseguir um emprego para as mulheres oscilou em torno de 21 meses, enquanto para os homens foi de 13 meses.Ainda de acordo com o estudo, a taxa de desemprego feminina ficou em 17,8% contra 18,6% registrados em 2006. Essa taxa é maior do que nos homens (12,3%). No período, a queda foi maior para as mulheres com idade de 40 a 49 anos (8,6%). As mulheres negras também tiveram redução acentuada (9,3%), o mesmo ocorrendo em relação as mulheres com menos escolaridade (9,6%).