Presidente da CNI diz que reforma poderia ser mais ambiciosa

27/02/2008 - 19h48

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daConfederação Nacional da Indústria (CNI),Armando Monteiro, avaliou hoje (27) que há avanços etambém pontos a serem melhorados na proposta de reformatributária que o governo encaminha amanhã (28) aoCongresso Nacional. Armando Monteiroparticipou com outros empresários da apresentaçãoda proposta de reforma tributária no Palácio doPlanalto. Entre os avanços, ele cita a possibilidade dofim da guerra fiscal, a total desoneração dosinvestimentos em bens de capital e em material de uso e consumo. Achatambém que a proposta abre a possibilidade de negociaçãodos créditos tributários de exportação.Mas, segundo ele, o texto poderia ter "mais ambiçãoe um alcance mais amplo" quando trata de impostos como o Impostosobre Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS). O presidente da CNIdefende a fusão dos dois impostos, o que, segundo ele, éuma tendência mundial. "O ISS é umimposto cumulativo, em cascata, o que é algo ruim”, disse. O empresáriotambém faz críticas ao período de transiçãopara entrada em vigfor das novas regras para o ICMS. “O regime detransição que a proposta define, sobretudo no que dizrespeito à criação do novo ICMS, aponta para umperíodo de transição muito longo, o quesignifica dizer que a desoneração dos investimentos sóse dará em um horizonte de oito anos", disse. ArmandoMonteiro também criticou a ausência de qualquer sinal dedesoneração no que diz respeito à intermediaçãofinanceira e à tributação que hoje incide sobreo crédito no Brasil. "O mundo tambémnão tributa o crédito, ele tem que ser desoneradoporque é um insumopara a economia funcionar",defendeu.O empresário, no entanto, reconhece que algumasdessas posições não foram incorporadas pelogoverno à proposta por que haveria resistência de algunssetores. "Temos que equilibrar o alcance da proposta com aspossibilidades de trânsito político da proposta",disse.Hoje a proposta de reforma tributária foiapresentada pelo governo aos empresários. Na segunda-feira(28) foi a vez dos representantes das centrais sindicais.