Operação para resgate de quatro reféns das Farc pode ocorrer hoje

27/02/2008 - 10h12

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Asmovimentações para libertar quatro reféns empoder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia(Farc) começaram hoje (27), diante de garantias do governocolombiano de que não haverá operaçõesmilitares na zona de entrega e da confirmação, porparte da Venezuela, de que já tem conhecimento da localizaçãodos seqüestrados. As informações são da agência argentina Telam.

Estáprevista, para a operação de resgate, a cooperaçãoda Cruz Vermelha Internacional, além de um mecanismo similarao utilizado em janeiro deste ano, quando a guerrilha libertou aex-candidata à vice-presidência da Colômbia ClaraRojas e a ex-senadora Consuelo González.

Oministro venezuelano do Interior, Ramón RodríguezChacín, que comandou a primeira operação,confirmou ontem (26) que já possui as coordenadas do localonde as Farc devem libertar Gloria Polanco, Orlando Cuéllar,Eladio Perez e Jorge Géchem.

A pedidoexpresso da guerrilha, os integrantes da Cruz Vermelha terãoconhecimento da localização dos reféns apenasquando já estiverem em vôo.

Adesconfiança para repassar a informação, segundoo ministro venezuelano, deve-se ao fato de que as Farc asseguram queainda há, neste momento, uma operação com maisde 18 mil efetivos das Forças Armadas colombianas na zona deresgate, o que poderia colocar em risco a vida dos ex-parlamentares.

Trêsdos quatro reféns que devem ser libertados – Géchem,Polanco e Beltrán – saíram juntos de um acampamentonas selvas de Guaviare, enquanto Pérez saiu de outroacampamento, localizado próximo ao Rio Apaporis, entreGuaviare e Vaupés. Cerca de 60 homens das Farc fazem parte doesquema de segurança que acompanha os seqüestrados.

Paraaumentar as expectativas de que o resgate aconteça aindahoje, o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe,reforçou a autorização para o resgate por meiode uma carta, entregue pelo chanceler Fernando Araújo aocolega venezuelano Nicolas Maduro.

Apredisposição do Poder Executivo da Colômbia jáhavia sido adiantada ontem pelo vice-presidente, FranciscoSantos, que ratificou o compromisso de garantir o êxito daoperação.

“Opresidente disse claramente que estamos dispostos a fazer umaoperação idêntica a que fizemos com as primeiraslibertações. Aqui [na Colômbia] não hápor que ser diferente e o presidente já deu as instruçõesde parar as operações [militares]”.

Ocomandante do Exército colombiano, general Mario Montoya,garantiu que seus homens não irão interferir na entregados quatro reféns e que, para isso, foi reservada uma áreade segurança de quase 50 quilômetros ao redor do pontoonde serão libertados os políticos, na zona deTomachipán, ao sul da província de Guaviare.

Alibertação ex-parlamentares foi anunciada pelas Farc noinício de fevereiro, como outro gesto unilateral da guerrilhaem reconhecimento às gestões do presidente venezuelano,Hugo Chávez, e da senadora colombiana Piedad Córdoba,mas também devido às más condiçõesde saúde dos reféns. Os familiares dos quatro seqüestrados já aguardam a libertação em Caracas.

Háanos, as Farc mantêm um total de mais de 40 reféns –entre eles, a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, trêsamericanos e vários políticos, militares e policiais –além de pelo menos 500 guerrilheiros presos, mas a guerrilha eo governo colombiano nunca chegaram a um acordo.