Líder do governo na Câmara cede a pressões e acha razoável dividir comando de CPI

27/02/2008 - 20h18

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), resistiu até a última hora à idéia de dividir com a oposição o comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos. Mesmo aceitando os argumentos do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Fontana insiste em que o melhor critério é o de que as maiores bancadas fiquem com os dois cargos mais importantes da CPMI - presidência e relatoria.Segundo Fontana, o líder do governo no Senado insistiu muito, por entender que, para criar um ambiente melhor no  Senado, era preciso aceitar essa divisão. "Para mim, esse é um assunto tranqüilo, não estou dando importância tão grande para o tema da CPI", afirmou Fontana. "Isso vai ser mais um assunto da Casa. Queremos dar prioridade a um conjunto de outros temas, entre eles a votação da reforma tributária." Fontana apontou, entretanto, um lado positivo da divisão do comando da CPI com a oposição. "Talvez ceder espaço ao PSDB na presidência da comissão termine, inclusive, facilitando o ambiente para tramitação da reforma tributária." Para ele, o acordo não tem importância "tão transcendental" quanto a que foi dada pela oposição. O deputado disse que continua dando pouca importância à CPMI, mas continua defendendo que o critério do preenchimento dos cargos de comando seja o das maiores bancadas. "Não dá para fazer um cavalo de batalha, como se isso fosse algo absolutamente decisivo, como quando a oposição insistiu na idéia de presidir a CPI. Eu acho que fica razoável. É um assunto de menor importância."Henrique Fontana contou que fechou o acordo em reunião com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e  o líder do governo no Senado, pouco antes do meio-dia de hoje. "O encontro foi entre três amigos com posições divergentes. Prevaleceu muito a posição do líder no Senado." Jucá vinha tentando negociar uma saída com a oposição para evitar a criação de uma CPI exclusiva no Senado para investigar o mesmo assunto.