Sindicato condiciona fim da greve dos policiais alagoanos à melhoria de proposta

25/02/2008 - 17h39

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para a greve que já dura 7 meses chegar ao fim, o Sindicato dosPoliciais Civis de Alagoas (Sindpol-AL) afirma que o governoestadual ainda terá que melhorar a última propostaencaminhada aos agentes, de reajuste de 36,7% divididos em 18 mesesmais 7,2% referente ao pagamento de adicional noturno. “Aceitamoso percentual mas é uma questão apenas de eqüacionar aquantidade de meses e o início do pagamento. Solicitamos aogoverno um reajuste em 6 meses e vamos discutir o reajuste em 18meses, desde que seja voltado para meses anteriores. Do jeito queestá [na última proposta], o reajuste acaba em agostode 2009, que é a nossa próxima data-base”, explicouhoje (25) o 2º vice-presidente do Sindpol-AL, Evandro Aranda,em entrevista à Agência Brasil. Umnova assembléia da categoria está marcada para apróxima quarta-feira (27). Segundo Aranda, os grevistas nãodesconsideram o agravamento da situação de insegurançano estado provocado pela paralisação das atividadesinvestigativas. “A população não pode maispagar por uma responsabilidade que é do governo. Poderemosdar uma trégua, desde que o governo melhore um pouco a suaproposta e que garanta a data-base de 2009.”Alémdo parcelamento do reajuste em número menor de meses, ospolicias também querem do governo garantias de que serãosuspensos inquéritos administrativos em curso contra osgrevistas e a implantação da aposentadoria especial em30 anos. Aranda considera “difícil” que o governo atenda as reivindicações até quarta-feira, masprevê chances concretas de que a greve termine em uma novaassembléia na próxima semana. “Um acordo épossível. Falta pouco e é uma coisa que pode serresolvida com certo jogo de cintura.” Paraevitar o corte de ponto, os aproximadamente 2,4 mil policiais civisalagoanos têm comparecido diariamente aos locais de trabalho.Entretanto, nas delegacias, os únicos serviçosatendidos são flagrantes e emissão de guias para examesde corpo de delito. Todas as investigações estãoparadas, confirma o sindicato. O salário bruto atual de umagente é de R$ 1.330.Areportagem tentou entrar em contato com o presidente da Comissãode Negociação Salarial, Júlio Bandeira, querepresenta o governo alagoano nas discussões com a categoria. A assessoria de imprensa informou que ele encontrava-se emreunião com a cúpula da Polícia Civil paratratar do assunto. Naúltima quarta-feira (20) o Ministério da Justiçanegou pedido do governador de Alagoas, Teotônio Vilela, quesolicitou o envio de agentes da Força Nacional de Segurança para amenizar os problemas de segurança públicano estado.