Melhoria do atendimento traumatológico à população é desafio, diz médico

25/02/2008 - 9h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O idealizador do Programa TreinamentoTeórico-Prático para Plantonistas dos Centros deEmergência do país, Marcos Musafir, disse que a melhoriado atendimento traumatológico à populaçãobrasileira é um desafio que o ministro da Saúde, JoséGomes Temporão, está trazendo para as sociedadesmédicas. “E a Sociedade Brasileira de Ortopedia eTraumatologia (SBOT) foi a primeira a aceitar enfrentar essedesafio”.

Dados baseados no atendimento doSistema Único de Saúde (SUS) nos últimos cincoanos, mostram que são feitos no Brasil dez milhões deatendimentos anuais de casos ortopédicos.

“Isso significa que por mêssão cerca de um milhão de pessoas atendidas porortopedistas no país. Vítimas de pequenos traumas, deacidentes do trabalho, acidentes esportivos ou em casa, acidentes notrânsito, agressões, violência urbana e as doençasdegenerativas, como artroses, dores lombares, e a osteroporosetambém”.

Com patrocínio do Ministérioda Saúde, a SBOT vai realizar, no mês de abril, ummutirão para atualização dos profissionais daárea em 100 cidades selecionadas em todas as regiõesbrasileiras, com o objetivo de padronizar o tratamento de pacientesde todo o país. A meta é treinar 4 mil ortopedistas.

Os cursos serão compostos detrês módulos. O do politraumatizado em geral édirigido a todos os médicos. O segundo módulo abrangeas lesões traumáticas, que comprometem a vida; e oterceiro módulo estuda as lesões traumáticasmais freqüentes, que podem comprometer o membro, levando àamputação.

Marcos Musafir destacou que o ministroda Saúde quer que os cursos sejam exemplo para as outrasespecialidades no Brasil, “para que elas possam receber tambémrecursos do ministério e fazer um bom atendimento àpopulação, principalmente nessa área que estábastante carente de motivação, de qualidade e desalários, que é a área de emergência dotrauma”.

Musafir informou que Temporãogravou um vídeo saudando os ortopedistas, que seráapresentado na abertura dos 100 cursos. A idéia é que oprograma seja repetido anualmente, com aprofundamento dos temas maisfreqüentes, “para que haja uma qualificaçãoprogressiva, continuada, dos ortopedistas no atendimento àpopulação”.

Segundo Musafir, 85% das pessoaspolitraumatizadas têm uma lesão ortopédica.“Então, nós temos que estar à frente eatualizados. É isso que esse curso vai fazer”.