Brasil e EUA deflagram operação para combater fraudes no mercado financeiro

25/02/2008 - 0h37

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Agentes da Polícia Federal (PF) foram mobilizados hoje (25) para desmontar a ação de uma quadrilha que teria obtido a soma de US$ 50 milhões em crimes financeiros contra investidores estrangeiros. Os fraudadores lesaram pessoas físicas e jurídicas de diversos países, principalmente da Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos e alguns países da Ásia, conforme nota distribuída à imprensa pela Polícia Federal.A operação, denominada Pirita, foi montada em conjunto com FBI (sigla em inglês para Departamento Federal de Investigação), que cumpriu dois mandados de prisão contra brasileiros, em Miami. No Brasil, a ação ocorre em nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, onde deverão ser cumpridos 27 mandados de prisão temporária, três mandados de prisão preventiva e 35 ordens de busca e apreensão.De acordo com o comunicado da PF, para atrair as suas vítimas os criminosos utilizavam recursos sofisticados, com a criação de empresas fantasmas. Eles forjaram sites “de falsas empresas de fusões e aquisições, agências reguladoras, americanas e asiáticas, e diversos contratos e documentos para ludibriar estrangeiros possuidores de ações com baixa liquidez”.Os negócios concentravam-se em São Paulo e há pouco tempo o escritório foi transferido para Buenos Aires, na Argentina. De acordo com a PF, operadores de telemarkenting ofereciam condições irrecusáveis para a compra dessas ações. Quem caía no golpe fazia o depósito antecipado de taxas de corretagem (pagas a corretoras) e impostos, acreditando na promessa de restituição de todo o valor pago.O dinheiro era transferido para contas abertas nos Estados Unidos pelos integrantes do núcleo da quadrilha. Em seguida, os fraudadores repassavam o valor para várias outras contas e assim evitavam ser descobertos.Os crimes praticados com a ajuda de doleiros já vinham ocorrendo há pelo menos cinco anos no exterior e há três anos no Brasil. Ainda conforme a nota, os principais crimes cometidos pela quadrilha são estelionato, evasão de divisas e operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Os acusados podem pegar até 33 anos de prisão.