Biscaia confirma saída e avalia tráfico como o problema internacional mais complexo

25/02/2008 - 20h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O tráfico de drogas é, atualmente, o problema mais complexo que envolve a segurança pública em termos internacionais, “e especificamente no estado e na cidade do Rio de Janeiro”, afirmou hoje (25) o secretário Nacional de Segurança Pública, Antonio Carlos Biscaia, ao destacar que o problema deve ser debatido com intensidade.

Em reunião do Colegiado Nacional de Secretários Estaduais de Segurança Pública, ele considerou indispensável a adoção de políticas públicas no campo da prevenção, para evitar que parcelas de jovens das comunidades carentes, em especial, sejam cooptadas pelo narcotráfico. E reconheceu que em obras de grande envergadura, como as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), “é muito difícil evitar que haja essa infiltração” – como teria ocorrido no cadastramento para obras na favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

“Por isso é que tem de ser um programa a médio e longo prazos, trabalho que exige uma seqüência de medidas  que produzirão efeito no momento adequado”, disse, e destacou que usuários de drogas devem ter consciência de que contribuem, de alguma forma, para o aumento do tráfico. "Em termos de segurança pública, o tráfico representa o que há de mais grave. É responsável pelos mais elevados índices de homicídio no nosso estado e atinge a juventude, principalmente das comunidades mais carentes”, acrescentou.

O secretário confirmou a saída do cargo e o retorno à Câmara dos Deputados – foi convocado para reassumir e tem prazo de 30 dias para isso. “Eu não posso deixar de atender  à convocação, até porque eu tenho a representação de 56 mil eleitores do Rio de Janeiro", disse. A permanência no cargo, comentou, equivaleria "a uma renúncia à vida política".

Biscaia disse ainda que está conversando com o ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre o sucessor, e que lamenta deixar a Secretaria, "mas estou com a convicção de que estamos no caminho certo", em referência à política nacional de segurança  pública.“A União, ao assumir sua parcela, não está dizendo aos estados que o problema é deles. Está dizendo que quer apoiar, que é parceira. Segurança pública hoje adquire uma dimensão de extrema gravidade. E o governo  federal tem que estar ao lado dos estados em suas ações. Sem falar  daquilo que já é de sua responsabilidade, que está a cargo da Polícia Federal", concluiu.